(Folha de S. Paulo | 30/04/2021 | Paula Soprana)
Nos últimos anos, por pressão social ou pela compreensão de que diversidade é saudável aos negócios, companhias passaram a incluir em suas políticas comitês de debates sobre questões raciais e de gênero, dinâmicas com funcionários e até mentorias contra o machismo. As diretrizes mais progressistas se voltam para a ocupação de mulheres em cargos de liderança.
Apesar das iniciativas, um dos principais entraves à maior participação ou à ascensão das mulheres no mercado de trabalho é o assédio, que se dá de diferentes formas: do abuso sexual, que motivou greves fabris no início do século passado, até piadinhas de cunho sexual, discriminação pela maternidade, descrédito de ideias e interrupções constantes.
Para especialistas, o combate ao abuso físico amadurece no Brasil —graças à repercussão de uma onda de denúncias vindas de mulheres da indústria do entretenimento (como o movimento Me Too, iniciado nos Estados Unidos), dos protestos nas ruas e de levantes nas redes sociais.
Já o enfrentamento e a discussão sobre o assédio corporativo não físico ainda engatinha.