A última pesquisa EXAME/IDEIA mostrou que mulheres se descolaram dos homens em suas posições políticas e são um eleitorado mais resistente a Jair Bolsonaro
(Exame | 14/06/2021 | Por Cila Schulman| Acesse a matéria completa no site de origem)
As jogadoras da seleção brasileira feminina de futebol bateram um bolão em Cartagena, na última sexta-feira, ao levantarem uma faixa contra o assédio sexual, pouco antes do amistoso contra a Rússia. O protesto não citou o nome mas teve como alvo o presidente afastado da CBF, Rogério Caboclo, acusado de assédio moral e sexual contra uma mulher. O gesto não é de pouca ousadia se lembrarmos que até 1981 a prática de futebol ficou proibida no Brasil por ir “contra a natureza feminina” e que as mulheres só obtiveram o direito ao voto no país há menos de 100 anos (1932).
Na última pesquisa EXAME/IDEIA, publicada sexta-feira, dia 11, chamou a atenção o quanto as mulheres se descolaram dos homens em suas posições políticas. E o quanto são, desde a campanha de 2018, um eleitorado mais resistente ao presidente Jair Bolsonaro e mais difícil de conquistar.
O primeiro eleitor padrão de Bolsonaro encontrado em pesquisas era homem, de classe média, escolarizado, da região sudeste. Esses mesmos homens escolarizados continuam a ser um dos pilares de sustenção da reeleição do presidente, ao lado de outros dois eleitorados sólidos dele: os evangélicos e a turma do agronegócio, notadamente da região centro-oeste.
O índice de popularidade de Bolsonaro – fator chave para definir a reeleição – tem uma variação significativa quando recortado por gênero. Enquanto 32,5% dos homens consideram o atual governo como ótimo e bom, apenas 21% da mulheres têm a mesma opinião. Se este dado for colocado mais na lupa, o ótimo entre os homens vai a 16,5%, enquanto que entre as mulheres cai para 9,5%. Os que avaliam o governo como ruim e péssimo estão cristalizados na faixa de 49% mas entre elas sobe para 54%, já entre eles cai para 43%.