Brasil fica de fora de declaração da ONU sobre direitos reprodutivos das mulheres

08 de julho, 2021

Documento, apresentado no Conselho de Direitos Humanos, tem chancela de 65 países

(Folha de São Paulo | 08/07/2021 | Por Angela Boldrini)

BRASÍLIA

O Brasil ficou de fora de uma declaração assinada por 65 países membros da ONU (Organização das Nações Unidas) sobre direitos sexuais e reprodutivos das mulheres. O documento, lido na terça-feira (6) por Monique van Daalen, representante da Holanda no Conselho de Direitos Humanos do órgão, pede que os países tomem medidas para assegurar a igualdade de direitos para mulheres e meninas.

Segundo o texto, a interrupção de serviços de saúde feminina devido à pandemia “pode levar a um aumento de gravidezes adolescentes e não planejadas, abortos inseguros e mortalidade materna”. Além disso, os países dizem que há a possibilidade de que 13 milhões de meninas sejam forçadas a se casarem ainda crianças. No Brasil, a pandemia gerou uma crise sem precedentes nos serviços de aborto legal.

O documento faz referência ao fórum Generation Equality, realizado no México e na França neste ano e no qual foram acordados compromissos de US$ 40 bilhões para desenvolvimento da agenda de combate à desigualdade de gênero. Uma das linhas de ação do encontro era justamente o de direitos reprodutivos e sexuais de mulheres e meninas. Como a Folha mostrou, o Brasil ignorou convites para participar do fórum.

“Estamos profundamente preocupados com os crescentes ataques a instrumentos internacionais longevos em prol da igualdade de gênero, incluindo aqueles sobre saúde reprodutiva e sexual e autonomia corporal”, afirma a declaração. “Devemos ficar firmes no suporte a esses instrumentos, já que mulheres e meninas precisam dessas salvaguardas mais do que nunca.”

Acesse a matéria completa no site de origem

Nossas Pesquisas de Opinião

Nossas Pesquisas de opinião

Ver todas
Veja mais pesquisas