(UOL/Universa | 22/09/2021 | Por Mariana Serrado)
Hoje, dia 23 de setembro, o Orgulho Bissexual é mundialmente celebrado. Nós, que nos identificamos assim, lutamos, entre outras coisas, para quebrar os preconceitos de uma sociedade baseada na monossexualidade – ideia que impõe às pessoas “se relacionem sexual e/ou romanticamente exclusivamente com pessoas de um determinado gênero”. As pessoas não-monossexuais, como, por exemplo, as pessoas bissexuais, são constantemente subjugadas e ignoradas, inclusive por parte considerável dos movimentos LGBTIA+.
Diz-se por aí que as pessoas bissexuais não precisam sair do armário, a não ser quando se relacionem com pessoas do mesmo gênero. Diz-se que poderíamos existir no mundo sem precisar falar de nossa sexualidade, beneficiando-nos da “leitura heterossexual” que a sociedade faz de nós. Existe, inclusive, a impressão de que essa leitura seria um privilégio, por sermos capazes de nos esconder em plena luz do dia. Eu digo que é bem o contrário.
Primeiro porque não existe aceitação social da bissexualidade, logo, para gozarmos desse suposto privilégio teríamos que mentir sobre quem somos e isso as pessoas homossexuais também podem fazer, é só dizer que são heterossexuais. É absurdo, né? Pois é! Concluímos que não há privilégio algum em ter que mentir sobre si para obter aceitação.