07/12/2010 – Grupo dos que tem mais de 50 é o mais vulnerável ao HIV/Aids (Folha)

07 de dezembro, 2010

(Folha de S.Paulo) Hoje com mais de 50 anos, a geração pré-Aids está mais exposta ao vírus por não ter o hábito de usar o preservativo e também por ser esquecida pelas campanhas de prevenção, diz o médico infectologista Jean Gorinchteyn, do Instituto Emílio Ribas de São Paulo. 

O médico é autor do livro “Sexo e Aids depois dos 50”, que reúne informações sobre o tratamento e o diagnóstico, a partir dos depoimentos de quatro mulheres e dois homens entre 61 e 75 anos, que contam como contraíram o vírus e acabaram com uma doença que até então acreditavam ser exclusiva de jovens.

Leia alguns trechos da entrevista publicada no caderno Equilíbrio, da Folha de S.Paulo:

“Folha – Pessoas acima dos 50 são o novo grupo de risco?
Jean Gorinchteyn
– Todos somos grupos de risco, mas criamos condições de essas pessoas mais velhas se tornarem vulneráveis, sem direito à prevenção. Representam o grupo de maior risco, hoje. As outras faixas etárias estão protegidas: houve redução da transmissão infantil e no número de infectados entre a população de 14 a 49 anos.

Quais os números de infectados nessa faixa etária?
Jean Gorinchteyn
– Até 2002, tínhamos uma média de 17 pessoas acima dos 50 com HIV por 100 mil habitantes. Isso dobrou naquele ano: saltou para 40 pacientes por 100 mil habitantes, nível que vem se mantendo. Se os níveis se mantêm é porque essa população não foi alertada. Nas outras faixas, isso tem diminuído.

De que forma as pessoas de mais de 50 contraem o vírus?
Jean Gorinchteyn
– Entre os mais velhos, 89% das contaminações se dão por via sexual, como nos jovens. A diferença é que o jovem hoje se contamina se quiser. Ele sabe como usar o preservativo e onde encontrar. Os mais velhos, não. Dizem que não sabiam usar. Já não usavam o preservativo de forma habitual, porque o látex era duro e grosso, só usado para evitar a gravidez.

Mulheres de mais de 50 têm comportamento arriscado?
Jean Gorinchteyn
– A situação da mulher é muito clara. Ela sabe que se contaminou ou com o marido que teve relação extraconjugal ou com o seu novo namorado. Casos de contaminação por relacionamento eventual são raros no ambulatório onde atendo. E naquelas que tiveram uma relação eventual, a contaminação ocorreu só com um parceiro. Ela tende a ter um perfil mais vitimizado.

Leia a entrevista na íntegra: O novo (velho) grupo de risco (Folha de S.Paulo – 07/12/2010)

Nossas Pesquisas de Opinião

Nossas Pesquisas de opinião

Ver todas
Veja mais pesquisas