Este ano, o evento anual do projeto Dados Contra Feminicídio abrirá um espaço de reflexão e diálogo sobre os usos estratégicos e as limitações dos dados no combate ao feminicídio. Mesmo reconhecendo que dados são importantes, o objetivo é explorar a intersecção entre o combate ao feminicídio e a relevância dos dados. Partindo de perguntas como, por exemplo: Que tipos de dados estão sendo coletados atualmente? Até que ponto a coleta de dados de feminicídio pode invisibilizar outras formas de violência? A coleta de dados retira recursos escassos de programas de prevenção e apoio? De que dados precisamos para agir? o projeto pretende explorar o potencial da “datificação estratégica” e ao mesmo tempo discutir estratégias de ação que vão além dos dados.
A noção de datificação estratégica tem a ver com a mobilização cuidadosa dos dados visando a mudança social, tendo em mente que dados também podem ser (e têm sido) usados como formas de controle e opressão. Quais dados devem ser coletados, onde podem ser encontrados e quando são essenciais para iniciar uma conversa mais ampla? Esta discussão é relevante para pessoas engajadas em ativismo, produção acadêmica, jornalismo e formulação de políticas públicas relacionados à violência de gênero e feminicídio, bem como para quem tem interesse em pensar –de forma ampla e crítica– sobre os usos dos dados.
Participam do encontro:
Annita Hetoevehotohke’e Lucchesi
Sovereign Bodies Institute, EUA & Canadá
Lizbeth Hernández Cruz
Coordinadora Nacional de Mujeres Indígenas (CONAMI), México
Silvana Mariano
Néias – Observatório de Feminicídios de Londrina, Brasil
Helena Suárez Val
Feminicidio Uruguay, Uruguai & Dados Contra o Feminicídio
Alejandra Valdés Barrientos
Observatório de Igualdade de Gênero da América Latina e do Caribe, CEPAL