Doença hepática gordurosa é um risco a mais para mulheres na menopausa

27 de agosto, 2025 CNN Por Simone Machado

Queda nos níveis de estrogênio pode reduzir a proteção natural do fígado e favorecer o acúmulo de gordura

A transição para a menopausa, marcada pela queda nos níveis hormonais, principalmente de estrogênio e progesterona, tem sido apontada como um fator de risco para a doença hepática gordurosa em mulheres acima de 50 anos.

Atualmente chamada de doença hepática esteatótica associada à disfunção metabólica (MASLD) a condição tem se tornado uma das principais causas de transplante de fígado entre mulheres na pós-menopausa.

“Embora envelhecer naturalmente envolva mudanças no metabolismo, como maior acúmulo de gordura abdominal, menor gasto calórico e redução da atividade física, a depleção de estrogênio, uma das características da menopausa, pode ter papel ainda mais relevante na saúde do fígado”, explica a endocrinologista Deborah Beranger, com pós-graduação em Endocrinologia e Metabologia pela Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro (SCMRJ).

Pesquisas vêm reforçando a ligação entre menopausa e maior vulnerabilidade hepática. Uma revisão e meta-análise apontou que mulheres na menopausa têm risco cerca de 2,4 vezes maior de desenvolver a doença hepática gordurosa, mesmo quando não apresentam obesidade.

Outro estudo observou que mulheres submetidas à remoção dos ovários, condição que induz menopausa precoce, tiveram maior incidência da doença, sugerindo que o estrogênio desempenha um papel protetor fundamental com efeito anti-inflamatório e imunorregulador, ajudando a proteger o fígado contra o acúmulo de gordura e lesões.

Com a queda desse hormônio, o órgão pode ficar mais suscetível a inflamações e cicatrizes, mesmo em mulheres com peso normal e sem síndrome metabólica.

“Apesar de ser mais comum em mulheres com sobrepeso e obesidade, mesmo as mulheres com peso normal também têm um risco aumentado de desenvolver a doença hepática gordurosa, não alcoólica, só pela menopausa. E esse risco é da ordem de 2 a 12 vezes meia maior quando entra uma menopausa em relação à pré-menopausa, o que também confirma a importância do estrogênio para evitar o aumento de gordura no fígado e a tendência de que isso aconteça quando a mulher pede o estrogênio”, acrescenta o ginecologista Igor Padovesi, especialista em menopausa certificado pela North American Menopause Society (NAMS) e membro da International Menopause Society (IMS).

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