(Carta Capital | 21/04/2021 | Ana Flávia Gussen)
No país que mais mata negros e que se faz sobre uma estrutura racista e misógina, Ester Judite Rufino tornou-se a primeira mulher preta na direção do Instituto Brasileiro de Ciência Criminais.
Filha de semianalfabetos, criada na periferia e ativista do movimento negro e direitos humanos, ela tornou-se bacharel em direito aos 43 anos, trabalhou por dez anos como empregada doméstica e, agora, assume a função com poder de gestão, fazendo história dentro do IBCCRIM.
Criado após o massacre do Carandiru em 1992, o instituto atua unindo o setor acadêmico, poder público e sociedade civil no diálogo da segurança pública.
Moradora de São Paulo, onde atua a polícia militar mais letal do Brasil – média de duas mortes por dia – ela conversou com exclusividade com a CartaCapital e contou um pouco sobre sua trajetória, além de expectativas de ajudar a mudar a forma como a segurança pública atua nas periferias.