‘No tête-à-tête com famílias, as falhas que levaram a mortes maternas ficaram cristalinas’

27 de março, 2023 Folha de S. Paulo Por Cláudia Collucci

Repórter relata busca por relatos sobre mulheres grávidas que morreram de Covid-19

Acompanho a situação da mortalidade materna no Brasil há muitos anos e, na pandemia de Covid-19, quando os números dispararam, senti que havia histórias, iniquidades e falhas na rede de atenção maternoinfantil que mereciam um olhar mais acurado.

Os números apontavam que o epicentro dessas mortes estava na região Norte, especialmente em Roraima. Em parceria com o Pulitzer Center, uma organização sem fins lucrativos de apoio ao jornalismo, a empreitada começou no fim de janeiro.

Antes, eu já havia tentado, sem muito sucesso, entrevistar familiares de mulheres mortas na gestação ou após o parto, e já sabia que não seria uma tarefa fácil. A morte materna é um tema tão dolorido que as próprias famílias fogem dele.

Depois de várias tentativas infrutíferas, uma fonte da área da saúde me entregou uma lista com nomes e endereços de gestantes mortas por Covid. Sem telefones, o jeito seria bater de porta em porta.

O desespero já estava batendo quando duas moradoras, em endereços diferentes, nos receberam. Eram a sogra de Dienne Santos e a cunhada de Áurea Monteiro, duas mulheres que haviam contraído Covid e morrido logo após o parto. As mortes ocorreram no mesmo dia, em 31 de março de 2021.

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