Nota de solidariedade a Amelinha e Janaína Teles

25 de outubro, 2018

Defensora dos direitos humanos e ex-presa política Amelinha Teles e sua filha Janaína Teles, historiadora e ativista dos direitos humanos, estão sendo alvo de ataques e ameaças nas rede sociais após gravarem um depoimento sobre as torturas às quais foram submetidas durante a ditadura.

O Instituto Patrícia Galvão registra apoio e solidariedade a Amelinha Teles e Janaína Teles e repudia qualquer tipo de agressão e ameaça feita contra elas e qualquer mulher. Cobramos ainda a urgente responsabilização e punição dos agressores.

A seguir reproduzimos o abaixo assinado em solidariedade a Amelinha Teles e Janaína Teles que está recebendo adesões por meio deste link

Abaixo assinado em solidariedade as Amelinha Teles e Janaína Teles

Nós, familiares de mortos e desaparecidos políticos, defensores de direitos humanos, organizações e entidades abaixo-assinadas, nos solidarizamos com Amelinha Teles, ex-presa política e histórica defensora de direitos humanos e sua filha Janaína Teles, historiadora e defensora de direitos humanos. Ambas vêm sendo alvo de uma onda de ataques nas redes sociais.

As agressões começaram após Amelinha gravar um depoimento ao lado de Janaína, sobre as torturas às quais foram submetidas durante a ditadura militar. Amelinha relata o momento em que seus dois filhos foram levados ao centro de torturas, o DOI-Codi, em São Paulo, quando ambos não a reconheceram por conta das condições que estava após sessões de tortura. Janaína relata como foi ver, aos cinco anos de idade, os pais torturados. Os testemunhos foram ao ar durante o programa eleitoral do presidenciável Fernando Haddad (PT).

Os depoimentos foram alvo de ataques de seguidores do candidato Jair Bolsonaro (PSL), com ameaças, xingamentos e agressões. Também circula no Facebook uma foto de Amelinha com texto contendo acusações mentirosas sobre violências que ela teria cometido quando militava contra a ditadura. No processo que respondeu por conta de sua atuação política no período, contudo, não há nenhuma referência aos supostos crimes.

Em 2008, em uma decisão inédita, o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra foi declarado torturador pela primeira vez. A decisão foi referendada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).

No momento em que há um presidenciável que defende a tortura e tem como ídolo um torturador da ditadura declarado, é fundamental reforçar nosso repúdio à ditadura militar (1964-1985), que colocou o país sob um regime autoritário, perseguiu, estuprou, sequestrou, torturou, assassinou e ocultou os corpos de opositores políticos.

Queremos agradecer à Amelinha Teles por sua incansável luta por memória, verdade e justiça em relação aos crimes contra a humanidade cometidos por agentes do Estado.

Ditadura nunca mais!

Tortura nunca mais!

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