(UOL via Estadão | 10/01/2021 | Por Bianca Gomes)
Delegada há mais de 20 anos, Adriana Accorsi (PT), de 47 anos, nunca teve sua família ameaçada, mesmo trabalhando em investigações sobre pedofilia e tráfico infantil. Mas foi só concorrer à prefeitura de Goiânia, nas eleições do ano passado, que um perfil anônimo sugeriu a morte de suas filhas – uma de dois e outra de 26 anos: “Já comprou caixão da Verônica e da Helena?”, dizia a mensagem. “Já fui muito hostilizada. Diziam que eu não daria conta, duvidaram da minha capacidade. Mas jamais os ataques chegaram ao nível do ano passado. Foi o pior”, afirmou a delegada.
Levantamento feito pelo Estadão mostra que Adriana não é exceção entre mulheres que concorreram a prefeituras nas capitais do País. Ao menos 75% delas disseram ter sofrido violência política de gênero. A enquete foi enviada a todas as 58 mulheres que concorreram aos Executivos municipais das capitais no ano passado. Destas, 50 responderam. Entre elas, 44 relataram violência. A maior parte (46,7%) disse sofrer ataques com frequência e (72,3%) acredita que os episódios prejudicaram a campanha.
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