(Folha de S. Paulo, 16/01/2015) A Sogesp (Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo) publicou nesta quinta-feira uma série de recomendações aos médicos relacionadas à prática da cesariana. As orientações saíram uma semana depois de o Ministério da Saúde lançar um pacote de medidas para reduzir o número de cesáreas no país.
Uma das recomendações é para os médicos passarem a solicitar das pacientes a assinatura de um termo de consentimento para realização de cesárea.
O diretor de defesa profissional da Sogesp, Cesar Eduardo Fernandes, disse que o objetivo de sugerir a assinatura de um TCLE (Termo de Consentimento Livre e Esclarecido) é mais do que resguardar a categoria. “É uma manifestação da vontade da paciente. Ela saberá de todos as vantagens e riscos da cesárea e mesmo assim dirá que concorda com ela. Nos EUA, nenhuma cirurgia é feita sem a assinatura desse termo.”
O presidente da Sogesp, Jarbas Magalhães, diz que pacientes submetidas a outros procedimentos cirúrgicos, como a histerectomia (cirurgia para retirada de útero), já assinam esse termo.
Entre as orientações está também o respeito à “vontade da paciente quando a mesma solicitar que o seu parto seja por cesárea”.
As recomendações também tentam atender reivindicações maternas. “Respeite a vontade da paciente de ter a seu lado um acompanhante ou uma doula.”
No documento, a Sogesp também faz recomendações às gestantes, como conversar com seu obstetra para escolher “conscientemente a via de parto, visando o melhor para sua saúde e a do seu feto”.
Diz ainda que mesmo que paciente e médico decidam pelo parto normal, é possível que ocorram anormalidades no transcurso do trabalho de parto que precisem ser resolvidas com uma cesárea. “Caso isso ocorra, não se sinta uma derrotada.”
Também orienta a paciente a verificar a infraestrutura da maternidade onde pretende ter o bebê para saber se conta com equipe obstétrica completa de plantão.
Fabiana Futema
Acesse o PDF: Associação recomenda que obstetras peçam assinatura de paciente para cesáreas (Folha de S. Paulo, 16/01/2015)