Orientação sexual nas escolas: diálogo é a melhor forma de prevenção

22 de dezembro, 2015

(Correio Braziliense, 22/12/2015) Debater sexualidade na escola ajuda a conscientizar jovens e adolescentes sobre a importância do autocuidado nas relações sexuais. Na infância, é preciso ajudar a criança a entender a relação com o próprio corpo e responder aos questionamentos de maneira natural

Falar sobre sexualidade na escola costuma gerar desconforto, não só pelo constrangimento e o embaraço que o tema pode causar, mas também porque esbarra em valores morais das famílias, que devem ser preservados. No entanto, é importante que as instituições de ensino e os pais compartilhem a responsabilidade da orientação sexual dada aos estudantes. Na segunda da série de reportagens sobre os tabus da educação, o Correio mostra as formas possíveis de tratar o assunto em sala de aula e como estabelecer essa parceria com a família.

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A orientadora sexual Mayura Cordeiro, diretora pedagógica da Escola Cresce, explica que a sexualidade faz parte do processo evolutivo. Por volta dos 2 anos de idade, a criança percebe que existe diferença entre menino e menina, mas não sabe que essa diferença é de gênero. Já próximo aos 3 anos, começa a construção da identidade sexual, e é aí que ela vê a diferença anatômica entre os dois sexos. Nessa idade, a orientação deve ocorrer apenas quando houver alguma dúvida. “É preciso responder ao que ela está perguntando, e de forma natural, passando confiança, e não querer ir além. Depois, à medida que ela for crescendo, pode-se explorar melhor o assunto”, detalha.

Nesse momento de descoberta da sexualidade, também é natural que as crianças se toquem, e é necessário que haja uma orientação no sentido de mostrar o que pode ser feito em público e o que precisa ficar na intimidade. “Acaba sendo um problema, porque os pais não sabem orientar. Tudo o que aparece em nível de sexualidade eles acham que é um problema que ocorreu, e nem sempre é. Às vezes, vamos precisar ter um olhar mais cuidadoso, mas, muitas outras vezes, é só a questão da descoberta”, explica Mayura.

Mariana Niederauer

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