(PCdoB, 23/02/2016) A deputada Alice Portugal (PCdoB-BA) anunciou, em discurso no plenário da Câmara, nesta terça-feira (23), a posição do PCdoB contrária à aprovação da emenda que retirou a perspectiva e a orientação de gênero da criação do Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos. A posição foi aprovada pelo Seminário Nacional sobre o Emancipacionismo da Mulher e a Identidade de Gênero, no final de semana, em Salvador.
“Trago desse encontro, extremamente representativo, deste partido que respeita as mulheres do Brasil, a posição completamente contrária à aprovação daquela emenda que retirou a perspectiva e a orientação de gênero da criação da Secretaria Nacional de Direitos da Mulher.
Isso é uma visão obtusa, absolutamente ultrapassada!”, afirmou a deputada, acrescentando que ter a perspectiva de gênero nos textos políticos do país não agride princípios individuais e religiosos .
“Não é possível que os políticos ignorem a necessidade da luta milenar da mulher em busca do seu espaço na sociedade humana, porque sabemos que esta é a primeira forma de preconceito de que a humanidade tem notícia: o preconceito contra a mulher”, explicou a deputada.
Programa feminista
Em sua participação no evento, que ocorreu nos dias 19, 20 e 21, reunindo militantes do PCdoB e representantes da UBM (União Brasileia de Mulheres) e da UJS (União da Juventude Socialista), a deputada Alice Portugal, pré-candidata à prefeitura de Salvador, revelou interesse nas discussões para puder aprimorar a elaboração do projeto eleitoral neste sentido.
“Eu, sem dúvidas, vou beber desta fonte, para fazer um programa feminista para a nossa Salvador, que tem um grande contingente de mulheres negras, sustentáculos dos serviços de menor remuneração na cidade, como os domésticos e outros informais”.
O evento, preparatório para a 4ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres, que ocorre no próximo mês, discutiu as políticas públicas a partir do ponto de vista emancipacionista e analisou o que impulsiona a luta pela emancipação das mulheres.
A secretaria nacional da Mulher do PCdoB, Liége Rocha, explicou que o evento faz análise de quais políticas são importantes para o enfrentamento da desigualdade, ultrapassando o quesito violência, que é considerado muito importante, pois é um problema social grave, que marca a opressão social da mulher, mas que, segundo Liége, não se pode reduzir todo o trabalho de políticas públicas no Brasil, nos estados e nos municípios, tendo uma visão reducionista apenas da violência.
De Brasília
Márcia Xavier
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