Pesquisa realizada pela A.C.Camargo Câncer Center em parceria com a Nexus ouviu mais de mil mulheres em todo o território brasileiro
Uma pesquisa realizada pela A.C. Camargo Cancer Center em parceria com a Nexus — Pesquisa e Inteligência de Dados — mostra que 25% das mulheres brasileiras acima dos 40 anos nunca fizeram uma mamografia para detectar o câncer de mama na vida.
O levantamento, que ouviu mais de mil mulheres de todas as regiões do país de diferentes escolaridades, mostrou ainda que 32% das mulheres acima de 40 anos nunca fizeram o exame do toque nas mamas e 14% nessa faixa etária nunca fizeram nenhum dos dois exames.
Ainda segundo o estudo, seis em cada dez brasileiras dizem conhecer formas de prevenção contra o câncer de mama, ele é o tipo mais comum entre as mulheres, depois do câncer de pele não melanoma, em escala nacional e global, de acordo com o Ministério da Saúde.
As entrevistadas, no entanto, têm dificuldades em identificar mitos ou verdades sobre a doença. Por exemplo, apenas 47% acreditam que amamentar diminui a chance de ter câncer de mama, contra 41%.
Estudos apresentados no congresso anual realizado pela Sociedade Europeia de Medicina Oncológica (sigla ESMO em inglês), mostram que a amamentação não é um gatilho para a doença em mulheres anteriormente diagnosticadas com câncer de mama. Um deles, por exemplo, focou no grupo de portadoras de mutação germinativa BRCA, as quais permanecem em alto risco de desenvolver um segundo câncer de mama na outra mama.
Para a pesquisa, foram acompanhadas quase 5.000 mulheres jovens portadoras de uma mutação BRCA da linha germinativa que sobreviveram ao câncer de mama. Deste grupo, 474 deram à luz. Quase uma em cada quatro das amamentaram seu bebê; pouco menos da metade não conseguiu amamentar porque ambas as mamas foram removidas para reduzir o risco futuro de câncer.
Todas as mães foram acompanhadas por sete anos. Como resultado, os pesquisadores descobriram que não houve diferença no número de recorrências de câncer de mama ou novos cânceres de mama em mulheres que amamentaram seus bebês em comparação com aquelas que não amamentaram. Outro ponto é que também não houve diferença na sobrevida livre de doença ou na sobrevida global.