Estudo relaciona a sobrecarga e o esgotamento das mulheres ao seu adoecimento, indicando o peso da economia do cuidado
Um estudo realizado pela ONG Think Olga escancara o quanto as mulheres brasileiras estão se sentindo esgotadas. Entre as entrevistadas, 45% possuem hoje um diagnóstico de ansiedade, depressão, ou outros tipos de transtornos e 86% das mulheres consideram ter muita carga de responsabilidades. A pesquisa inédita foi realizada com 1.078 mulheres, entre 18 e 65 anos, em todos os estados do país, entre 12 e 26 de maio de 2023.
“A saúde mental não deve ser uma discussão limitada por fatores biológicos. Claro que existe influência deles, mas o que o relatório nos mostra é que a perspectiva de gênero e suas interseccionalidades afetam diretamente as relações sociais e, portanto, impactam diretamente no psicológico das mulheres”, explica Maíra Liguori, diretora da Think Olga.
O relatório “Esgotadas: o empobrecimento, a sobrecarga de cuidado e o sofrimento psíquico das mulheres” foi conduzido com a proposta de entender as estruturas que impõem o sofrimento das brasileiras na atualidade, reunindo dados que demonstram desde a sobrecarga de trabalho e insegurança financeira até o esgotamento mental e físico causado pela economia do cuidado, que enquadra todas as atividades relacionadas aos cuidados com a casa e com produção e manutenção da vida.