As mulheres negras podem e devem liderar o processo de redefinição do futuro. Elas colocam que não é porque [o mundo] é assim que sempre vai ter que ser assim”. A fala é da socióloga Ana Carolina Lourenço. As mulheres constroem, hoje, um outro futuro possível; apesar da crise iniciada pela pandemia de Covid-19, que já matou mais de 96 mil brasileiros, e foi fortalecida pela resposta ineficiente do governo brasileiro, que assistiu, no primeiro semestre deste ano, à perda de 1, 2 milhão de empregos com carteira assinada, segundo dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), divulgados pelo Ministério da Economia. As mulheres desenham uma mudança completa, não só do sistema político, mas do pensamento sobre a organização da vida coletiva. Em um momento onde a desigualdade e o modo de produção causam ainda mais desastres, mulheres negras, trabalhadoras rurais e mulheres indígenas estão no fronte, pautando uma sociedade que tenha em sua centralidade o bem viver coletivo.