Pessoa transmasculina não-binária destaca a importância do marcador “pessoas que menstruam” nas discussões sobre saúde integral
A menstruação é o processo de descamação do endométrio, uma membrana interna do útero, que é expelida pelo canal vaginal junto com muco e sangue, quando não acontece a fecundação do óvulo. A menstruação é um dos momentos do ciclo menstrual, que é formado pela fase pré-ovulatória, ovulatória, pré-menstrual e menstrual. A primeira menstruação recebe o nome de menarca, e se dá durante a puberdade, momento de mudanças corporais que marcam um período de transição entre a infância e a adolescência.
A menarca é revestida por um imaginário social, que marca a menstruação como um processo simbólico e de transição para uma fase adulta. Mais especificamente para uma fase adulta enquanto “mulher”. A menstruação quando definidora deste novo status: “mulher”, demonstra a assimilação da identidade de gênero feminina a partir de aspectos apenas reprodutivos. É esta construção social que impõe, também, a maternidade sobre mulheres cis e que limita a “saúde da mulher” a aspectos ligados ao sistema reprodutivo.
Porém, a menstruação não é algo que cria ou reafirma a identidade “mulher”. Não são todas as mulheres que menstruam. Mulheres trans, são aquelas que nasceram com uma designação social de gênero masculina e não se identificam com este marcador. Portanto, são corpos que não possuem vulva e útero, não tendo então a menstruação como um atravessamento. Outras mulheres que, também, não menstruam, são mulheres cis que já passaram pela menopausa, que é a última menstruação de uma pessoa, ou que possuem questões de saúde que afetam a menstruação.