Vão é gritante no futebol: Lionel Messi, que joga pelo Barcelona, por exemplo, recebe em um ano o dobro (US$ 84 milhões) da remuneração de 1.693 jogadoras das principais ligas do mundo somadas
(Valor Investe, 26/06/2019 – acesse no site de origem)
A diferença média de salários entre homens e mulheres no Brasil caiu nos últimos anos, mas continua com um degrau bastante relevante.
Em 2009, homens ganhavam 25% mais do que as mulheres, com uma remuneração média de R$ 2.738,51. Em 2017, essa diferença caiu para 20,7%, com homens recebendo R$ 3.086,00, em média, e as mulheres com salário de R$ 2.555,84.
Os dados são do Cadastro Nacional de Empresas 2017, levantamento divulgado hoje pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
A redução na diferença dos salários médios é decorrente do aumento de 16,6% na renda das mulheres de 2009 a 2017, mais do que o crescimento de 12,7% no salário dos homens.
Em termos de salários mínimos, o rendimento médio dos homens era de 3,3 salários mínimos e de 2,7 entre as mulheres.
Mais mulheres trabalhando
Entre os brasileiros trabalhando e recebendo salários regularmente, 55,4% eram homens e 44,6% eram mulheres em 2017 – no maior patamar desde 2009.
Entre 2009 e 2017 foram gerados 4,9 milhões de novos postos de trabalho, sendo que 67,3% dessas vagas foram ocupadas por mulheres.
Anônimas e famosas
Não são apenas as brasileiras assalariadas e anônimas que enfrentam a desigualdade na folha de pagamentos.
Em tempos de Copa do Mundo de futebol feminino, vale lembrar a participação da seleção brasileira, que consagrou a atacante Marta como a maior artilheira em Copas do Mundo – sim, incluindo o torneio masculino.
Martas usou uma chuteira sem patrocínio no segundo jogo da seleção, com duas faixas azuis e rosas, que são símbolo da campanha “Go Equal” da ONU (Organização das Nações Unidas) na luta pela igualdade de gênero nos esportes.
O protesto silencioso foi decorrente da diferença enorme de remuneração entre jogadores e jogadoras.
Segundo a ONU, Lionel Messi, que joga pelo Barcelona, recebe ao longo de um ano o dobro (US$ 84 milhões) da remuneração de 1.693 jogadoras das principais ligas do mundo somadas (US$ 42,6 milhões).
O prêmio em dinheiro aos campeões na Copa do Mundo também mostra um abismo entre os gêneros. No último torneio masculino, a seleção campeã – a França – recebeu US$ 38 milhões.
No campeonato feminino deste ano, a melhor seleção leva US$ 4 milhões para casa. A justificativa da Fifa, que organiza os torneios, é a menor arrecadação da Copa feminina com direitos de transmissão e patrocínios.
Weruska Goeking