(Folha de S.Paulo, 08/05/2015) A Anistia Internacional lançou nesta semana uma campanha para que o governo do Paraguai autorize uma menina de 10 anos a abortar. A criança, segundo sua mãe, engravidou após ter sido estuprada pelo padrasto.
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A mãe da menina entregou uma petição ao hospital pedindo autorização para que sua filha faça o aborto, mas, pela lei paraguaia, a prática só é permitida quando a vida da gestante está em risco.
Em qualquer outra situação, inclusive casos de estupro ou incesto ou quando o feto tem severa má-formação, o aborto não é autorizado.
O padrasto está foragido, e a mãe da garota foi presa, acusada de estar escondendo o companheiro.
21 SEMANAS
Em 21 de abril, a menina chegou com sua mãe ao Hospital Materno Infantil de Trinidad, em Assunção, capital paraguaia, queixando-se de dores no estômago. Ao examiná-la, os médicos descobriram que ela estava grávida de 21 semanas.
O diretor do hospital afirmou publicamente que a gravidez é de alto risco para a gestante, apesar de seu estado de saúde ser estável. Segundo médicos, ela está abaixo do peso para a idade.
Nesta quinta (7), um porta-voz da União Europeia (UE) informou que o Serviço Europeu de Ação Externa “está acompanhando de perto a evolução do que ocorre no Paraguai em relação ao caso”.
Na Espanha, três eurodeputados do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) enviaram carta ao embaixador do Paraguai em Bruxelas expressando preocupação com o caso e pedindo informações às autoridades do país.
Nesta quinta (7), foi revelado no Paraguai outro caso de gravidez infantil, também de uma menina de 10 anos, que teria sido estuprada pelo pai.
Em 2014, 684 menores de 14 anos deram à luz no país.
Acesse o PDF: Anistia faz campanha para que paraguaia de 10 anos possa abortar (Folha de S.Paulo, 08/05/2015)