(UOL – Agência Einstein | 29/10/2021 / Por Alexandre Raith)
Mulheres negras deveriam começar os exames do câncer de mama aos 40 anos para reduzir as disparidades entre elas e as mulheres brancas no diagnóstico e sobrevivência da doença. Atualmente, a recomendação é que todas iniciem a mamografia a partir dos 50 anos.
Ao antecipar uma década, a mortalidade por câncer de mama diminuiria em 57%, de acordo com estudo conduzido por pesquisadores norte-americanos e publicado no periódico Annals of Internal Medicine no início de outubro. Em geral, mulheres negras recebem o diagnóstico da doença mais cedo do que as brancas, e a taxa de cânceres mais agressivos, entre elas, é maior também, segundo os autores.
Para chegar aos resultados, diferentes estratégias de rastreamento foram simuladas em um modelo computadorizado, chamado de CISNET (Cancer Intervention and Surveillance Modeling Network, em inglês).
Os pesquisadores avaliaram não apenas as idades de início dos exames (40, 45 e 50 anos), mas também os intervalos entre os testes, dados de saúde e fatores sociais, como o racismo, em mulheres nascidas nos Estados Unidos em 1980. Potenciais efeitos prejudiciais, como resultados falso-positivos, também foram analisados.
O cenário mais benéfico para reduzir as diferenças entre a mortalidade de mulheres negras e brancas surgiu quando os exames de mamografia das primeiras eram feitos a partir dos 40 anos de idade, e repetidos a cada dois anos. Neste cenário, os dados se equiparavam aos resultados de mulheres brancas avaliadas a partir dos 50 anos.