(Agência de Notícias da AIDS, 17/07/2014)O Brasil chega à 20ª Conferência Internacional de Aids, em Melbourne, na Austrália, marcando posição com representantes do governo, da comunidade científica, médica, do movimento social, muitos apresentando trabalhos sobre os temas que têm pautado o enfrentamento da doença. A Agência de Notícias da Aids fará a cobertura do evento, que reunirá milhares de pessoas de todo o mundo. A abertura oficial será nesse domingo (20) e o encerramento, na sexta-feira (25).
O Brasil já terá papel importante num evento que precede a abertura oficial, na tarde de domingo. Fábio Mesquita, diretor do Departamento Nacional de DST/Aids e Hepatites Virais, vai falar sobre Profilaxia Pré-Exposição (PrEP), na sessão de lançamento do guia de prevenção, com orientações da Organização Mundial de Saúde (OMS) sobre diagnósticos de HIV, prevenção, tratamento e cuidados para as populações-chave.
Estigma
A fala de Fábio Mesquita acontece no momento em que a OMS acaba de recomendar a PrEP, que consiste no uso de remédios para se proteger da exposição ao vírus, aos homens que fazem sexo com homens (HSH). A medida também foi sugerida para outras populações vulnerávies, como as carcerárias e profissionais do sexo. Ativistas temem que, ao eleger esses grupos, a OMS traga de volta velhos estigmas, como, por exemplo, o de que a aids é uma doença de gays.
“De forma alguma o estigma é sugerido”, diz Fábio. “Tanto que o movimento gay está representado no grupo que construiu essa estratégia. Não podemos ignorar as evidências científicas de que essas populações apresentam maior vulnerabilidade e, por isso, a indicação dos antirretrovirais para elas, como mais um instrumento de prevenção.”
Ainda sobre a PrEP, o diretor do Departamento lembra que estudos no Brasil indicam que ela será adotada por aqui em 2015. E que a conferência oferecerá boa oportunidade para conhecer os resultados da medida nos Estados Unidos, que já a adotaram.
O Ministério da Saúde do Brasil estará representado em outras cinco apresentações-chave. O dado do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids) dando conta de que no nosso país as infecções por HIV aumentaram 11% nos últimos anos não abala o otimismo de Fábio quanto à participação na conferência. “O Brasil chega em Melbourne numa fase em que tem muito respeito internacional. Espero tirar bom proveito, aprendendo com a experiência de outros países”, diz ele.
Nossa cobertura
A Agência de Notícias da Aids vai publicar as reportagens lá produzidas junto com outros veículos de comunicação:
A Rádio CBN vai transmitir boletins ao longo de sua programação.
A TV cultura transmitirá boletins diários feitos pela repórter Marina Pecoraro.
A TV Globonews reproduzirá também as informações apuradas por nossa equipe.
O portal UOL publicará as matérias principais, junto com a Agência Aids.
Da Empresa Brasileira de Comunicação (EBC), o programa “Todas as Vozes”, transmitido pela Rádio MEC AM do Rio de Janeiro (das 7h05m às 10h da manhã), também colocará no ar nossos boletins informativos. “Todas as Vozes” é apresentado por Marco Aurélio e conta com participação de ouvintes.
Além de Marina Pecoraro, a Agência Aids conta na cobertura com a repórter Talita Martins, o jornalista e professor doutorando da Faculdade de Saúde Pública da USP Liandro Lindner e o colaborador Henrique Contreiras, médico socorrista especializado em saúde pública, com mestrado na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e graduação na Universidade Estadual do Rio de Janeiro ( UERJ). A equipe trabalhará sob a coordenação da editora-executiva da Agência Aids, Roseli Tardelli, que também fará, durante o evento, o segundo documentário sobre ONGs/Aids no mundo, contando com a co-direção de Pedro Duarte. O primeiro documentário ela fez na conferência internacional anterior, em 2012, em Washington (EUA).
A Agência de Notícias da Aids cobre a Conferência na Austrália com o apoio do Departamento Nacional de DST/Aids e Hepatites Virais e do Programa Municipal de DST/Aids de São Paulo
Fátima Cardeal ([email protected])
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