(O Globo, 01/03/2016) Especialista defende vacinação contra o HPV também em meninos
Começou a Campanha de Vacinação contra o HPV, usada na prevenção do câncer de colo de útero. Meninas com idade entre 9 e 13 anos poderão receber a primeira dose nas unidades da clínica da família, centros municipais de saúde e nas escolas municipais do Rio de Janeiro. Este ano, a vacinação acontece em duas doses, com a segunda aplicada seis meses depois da primeira.
A eficácia da vacinação é comprovada na prevenção das mulheres que ainda não tiveram nenhum contato com o vírus. O virologista alemão e Prêmio Nobel de Medicina Harald zur Hausen é um dos defensores da vacina contra o HPV como forma de reduzir a incidência do câncer de colo do útero e de outros tumores, como o de laringe.
O especialista classificou como “exagerados” os temores os efeitos colaterais da vacina. No final do ano passado, o Ministério Público Federal, em Minas Gerais, entrou com uma ação para proibir a vacinação em todo o país. Segundo o órgão, a imunização teve alta taxa de reações adversas em vários países e há relatos de problemas neurológicos causados pela vacina em Minas Gerais.
— Não há evidências de que a vacina cause efeitos colaterais no sistema nervoso. Isso está ligado à Síndrome de Guillain-Barré que acontece, infelizmente, em um determinado número de pessoas em todos os lugares do mundo. Estudos mostram que a Síndrome de Guillain-Barré não é mais frequente em garotas vacinadas do que na população não vacinada — destacou.
Em visita ao Brasil, na semana passada, ele destacou que a imunização deveria ser estendida inclusive aos meninos, já que o HPV é transmitido sexualmente.
— Eu digo muitas vezes, como provocação, que se você só vacinas os meninos, você provavelmente vai prevenir mais casos de câncer do colo do útero do que vacinando somente as meninas — comentou ele, ressaltando que, na maioria dos países, os homens tende, a ter mais parceiros e parceiras sexuais do que as mulheres.
Acesse o PDF: Campanha de vacinação contra HPV começa nos postos de saúde (O Globo, 01/03/2016)