Outubro Rosa é uma campanha de conscientização realizada por diversos entes no mês de outubro dirigida a sociedade e às mulheres sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama.
O Outubro Rosa surgiu como um movimento popular e atualmente tem adesão e reconhecimento internacional. O nome remete à cor do laço rosa que simboliza, mundialmente, a luta contra o câncer de mama e estimula a participação da população, empresas e entidades. Este movimento começou nos Estados Unidos, onde vários Estados tinham ações isoladas referente ao câncer de mama e ou mamografia no mês de outubro, posteriormente com a aprovação do Congresso Americano o mês de Outubro se tornou o mês nacional (americano) de prevenção do câncer de mama.
O movimento Outubro Rosa, que ganha adesões a cada ano, chegou ao Brasil em 2008. O câncer que mais afeta a mulher brasileira é o de mama, conforme dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA).
O câncer de mama é um grupo heterogêneo de doenças, com comportamentos distintos. A heterogeneidade deste câncer pode ser observada pelas variadas manifestações clínicas e morfológicas, diferentes assinaturas genéticas e consequentes diferenças nas respostas terapêuticas.
O espectro de anormalidades proliferativas nos lóbulos e ductos da mama inclui hiperplasia, hiperplasia atípica, carcinoma in situ e carcinoma invasivo. Dentre esses últimos, o carcinoma ductal infiltrante é o tipo histológico mais comum e compreende entre 80 e 90% do total de casos.
O sintoma mais comum de câncer de mama é o aparecimento de nódulo, geralmente indolor, duro e irregular, mas há tumores que são de consistência branda, globosos e bem definidos. Outros sinais de câncer de mama são edema cutâneo semelhante à casca de laranja; retração cutânea; dor, inversão do mamilo, hiperemia, descamação ou ulceração do mamilo; e secreção papilar, especialmente quando é unilateral e espontânea. A secreção associada ao câncer geralmente é transparente, podendo ser rosada ou avermelhada devido à presença de glóbulos vermelhos. Podem também surgir linfonodos palpáveis na axila.
Na medida em que as ações de rastreamento do câncer de mama forem expandidas na população-alvo, espera-se que a apresentação da doença seja cada vez mais por imagem e menos por sintoma, ampliando-se as possibilidades de intervenção conservadora e prognóstico favorável. Destaca-se, no entanto, que mesmo nos países com rastreamento bem organizado e boa cobertura, aproximadamente metade dos casos são detectados em fase sintomática, o que aponta a necessidade de valorização do diagnóstico precoce.
Magnitude
O câncer de mama é o mais incidente em mulheres, excetuando-se os casos de pele não melanoma, representando 25% do total de casos de câncer no mundo em 2012, com aproximadamente 1,7 milhão de casos novos naquele ano. É a quinta causa de morte por câncer em geral (522.000 óbitos) e a causa mais frequente de morte por câncer em mulheres.
No Brasil, excluídos os tumores de pele não melanoma, o câncer de mama também é o mais incidente em mulheres de todas as regiões, exceto na região Norte, onde o câncer do colo do útero ocupa a primeira posição. Para o ano de 2014 foram estimados 57.120 casos novos, que representam uma taxa de incidência de 56,1 casos por 100.000 mulheres.
A taxa de mortalidade por câncer de mama ajustada pela população mundial apresenta uma curva ascendente e representa a primeira causa de morte por câncer na população feminina brasileira, com 11,88 óbitos/100.000 mulheres em 2011 [3]. As regiões Sudeste e Sul são as que apresentam as maiores taxas, com 13,67 e 13,18 óbitos/100.000 mulheres em 2011, respectivamente.
Como mostra a tabela a seguir, o Brasil apresenta valores intermediários no padrão de incidência e mortalidade por câncer de mama. Cabe destacar que, proporcionalmente, as diferenças entre as taxas de incidência e mortalidade nos países desenvolvidos são maiores, sugerindo maior alcance das ações de rastreamento em diagnosticar precocemente a doença e acesso aos avanços no tratamento.
Taxas de incidência e mortalidade por câncer de mama, por 100.000 mulheres, em países selecionados, 2012.
Região\País | Incidência | Mortalidade | ||
Taxa Bruta | Taxa Padronizada | Taxa Bruta | Taxa Padronizada | |
Finlândia | 162,9 | 89,4 | 31,3 | 13,6 |
Reino Unido | 164,5 | 95,0 | 36,7 | 17,1 |
Espanha | 106,6 | 67,3 | 25,7 | 11,8 |
Estados Unidos | 145,6 | 92,9 | 27,5 | 14,9 |
Canadá | 134,1 | 79,8 | 28,2 | 13,9 |
Austrália | 128,0 | 86,0 | 25,7 | 14,0 |
Japão | 85,9 | 51,5 | 21,3 | 9,8 |
Paraguai | 37,1 | 43,8 | 13,0 | 15,6 |
Bolívia | 15,7 | 19,2 | 5,8 | 7,2 |
Zâmbia | 11,9 | 22,4 | 5,9 | 1,1 |
Brasil * | 66,8 | 59,5 | 16,3 | 14,3 |
Brasil (dados oficiais) ** | 56,1 | – | 13,5 | 11,9 |
Fonte: GloboCan. IARC (WHO), 2012 * Os dados do Globocan são diferentes dos dados das fontes nacionais por diferenças metodológicas no cálculo das taxas.
** Referem-se à estimativa de incidência para 2014/2015 (INCA, 2013) e à taxa de mortalidade do ano de 2011 (Sistema de Informação sobre Mortalidade/Ministério da Saúde).
Neoplasias
Taxa de incidência anual de neoplasias malignas específicas em mulheres, por 100.000 habitantes, por Grandes Regiões e segundo os tipos de neoplasias – Brasil, 2012-2013.
Tipos de neoplasias |
Brasil |
Norte | Nordeste | Sudeste | Sul | Centro-Oeste | |
Pulmão, traquéia e brônquios | 10,1 | 5,1 | 5,6 | 11,2 | 18,6 | 9,1 | |
Esôfago | 2,7 | 0,6 | 1,7 | 2,9 | 5,1 | 2,1 | |
Estômago | 7,4 | 5,8 | 5,6 | 8,7 | 8,4 | 6,8 | |
Cólon, junção retossigmóide, reto e ânus | 15,9 | 4,9 | 6,7 | 23,0 | 19,8 | 14,7 | |
Mama | 52,5 | 19,4 | 31,9 | 68,9 | 64,8 | 47,6 | |
Colo do útero | 17,5 | 23,6 | 17,9 | 15,5 | 13,9 | 27,7 | |
Lábio e cavidade oral | 4,2 | 1,9 | 3,2 | 5,8 | 3,0 | 3,2 | |
Melanoma maligno da pele | 3,1 | 0,6 | 1,0 | 4,1 | 5,6 | 2,6 | |
Outras neoplasias malignas da pele | 71,3 | 43,0 | 41,9 | 90,9 | 68,0 | 108,6 |
Fonte: Ministério da Saúde/Instituto Nacional do Câncer – INCA. Brasília-DF, 2012-2013.
Notas: As estimativas do INCA atualmente são feitas a cada 2 anos, em função da estabilidade da ocorrência, com pouca variação anual; portanto, a taxa de incidência calculada é anual e os valores apresentados na tabela são válidos para o ano de 2012 e para o ano de 2013.
Exames citopatológicos, cévico-vaginal e microflora, total e distribuição percentual, realizados segundo grupos de idade, por Grandes Regiões – 2013.
Grandes Regiões | Total | Distribuição (%) | ||||
Menor de 14 anos | 15 a 19 anos | 20 a 34 anos | 35 a 49 anos | 50 anos ou mais | ||
Total | 8.550.438 | 0,4 | 5,8 | 33,1 | 33,3 | 27,4 |
Norte | 454.349 | 0,4 | 6,2 | 40,3 | 33,2 | 19,9 |
Nordeste | 2.126.222 | 0,6 | 6,0 | 37,1 | 33,1 | 23,2 |
Sudeste | 4.010.160 | 0,4 | 5,6 | 31,1 | 33,1 | 29,8 |
Sul | 1.302.870 | 0,3 | 5,7 | 29,4 | 33,5 | 31,1 |
Centro-Oeste | 656.837 | 0,4 | 6,1 | 34,1 | 34,7< |
Seguelink com a exposição A Mulher e o câncer de mama no Brasil, com 21 painéis que buscam abordar aspectos históricos, médicos e culturais das mamas, com foco especial no câncer e nas ações para o seu controle no Brasil.
Para que o INCA autorizar download da exposição, é necessário encaminhar solicitação para o e-mail [email protected], juntamente com o termo de responsabilidade anexo, devidamente preenchido e assinado. http://www.historiadocancer.coc.fiocruz.br/index.php/pt-br/imagens/controle-do-cancer-de-mama