Os homens começam a vida sexual mais cedo, têm mais parceiros, inclusive do mesmo sexo, têm mais relações casuais s usam mais o preservativo que as mulheres. Principais fatores para adoção do preservativo: gênero, acesso gratuito à camisinha e quantidade de parcerias casuais. Estes são alguns dos achados da maior pesquisa já realizada sobre comportamento sexual do brasileiro, que irá auxiliar na execução e avaliação da política de DST e Aids.
Entre setembro a novembro de 2008, pesquisadores do Ibope realizaram 8 mil entrevistas com homens e mulheres entre 15 e 64 anos nas cinco regiões do país. A análise dos dados foi ficou a cargo do Departamento de DST e Aids do Ministério da Saúde, com o apoio do Centro de Informação Científica e Tecnológica (LIS/CICT) da Fundação Oswaldo Cruz.
De acordo com o estudo, 77% dos pesquisados tiveram relações sexuais nos 12 meses que antecederam a pesquisa. Do total de homens, 13,2% tiveram mais de cinco parceiros casuais no ano anterior à pesquisa; entre as mulheres, esse índice é três vezes menor (4,1%). Um de cada dez homens teve pelo menos um parceiro do mesmo sexo na vida, enquanto só 5,2% delas já fizeram sexo com mulheres.
A vida sexual deles também começa mais cedo: 36,9% deles tiveram relações sexuais antes dos 15 anos. Enquanto no caso delas esse índice cai 17%, ou menos da metade.
A pesquisa revelou que a população brasileira possui elevado índice de conhecimento sobre as formas de prevenção e infecção pelo HIV: mais de 95% sabem que o preservativo é a melhor maneira de evitar a infecção. Ainda que o conhecimento seja maior entre pessoas com mais escolaridade, mesmo entre aqueles com primário incompleto há bastante conhecimento sobre o preservativo. E 9 em cada 10 brasileiros declararam saber que a Aids ainda não tem cura.
A pesquisa mostrou que quase metade da população brasileira (45,7%) usa preservativo com seus parceiros casuais (usou em todas as relações eventuais nos últimos 12 meses). Sobre esse aspecto, as principais diferenças estão entre homens e mulheres e por faixa etária. Homens usam mais preservativos que as mulheres em todas as situações e os jovens são os que mais fazem sexo protegido em relação aos mais velhos.