(AFP, 22/07/2016) O vírus zika foi detectado no esperma de um francês 93 dias após os primeiros sintomas da infecção, segundo artigo publicado na revista médica britânica The Lancet. O recorde anterior da identificação após a contaminação era de 62 dias.
O homem, de 27 anos, sentiu fraqueza, dores musculares e teve conjuntivite, pouco após voltar da Tailândia, no fim de 2015. Antes de iniciar um tratamento contra câncer, ele foi a um laboratório para congelar seu esperma, e o vírus foi detectado. Segundo pesquisadores do laboratório de virologia do Centro Hospitalar Universitário de Toulouse, na França, não foi encontrado zika nem no sangue nem na urina do francês.
Na grande maioria dos casos, o zika é transmitido por meio da picada do Aedes aegypti infectado, mas há relatos de contaminação por meio do sexo. O Centro de Controle e Prevenção de Doenças nos Estados Unidos recomenda o uso de preservativo durante seis meses após suspeita de infecção por zika. Se a mulher estiver grávida, a orientação é de uso do preservativo durante toda a gestação.
Os autores do estudo sugerem que as recomendações do centro sejam atualizadas. Nos Estados Unidos, 14 pessoas foram infectadas por meio de relações sexuais, segundo a última estatística do centro, divulgada em 13 de julho.
Os sintomas mais frequentes do vírus são erupções cutâneas e dor nas articulações. Em 80% dos casos, a doença passa despercebida e raramente é fatal.