(Terra, 01/10/2014) Neste ano, pela primeira vez, a descriminalização do aborto foi fortemente levantada como bandeira de alguns candidatos das eleições presidenciais no Brasil – o que causou intermináveis discussões entre políticos e também entre eleitores. Em outros países, no entanto, o assunto já deixou de ser tabu há muito tempo. Na maioria das nações consideradas “desenvolvidas”, por exemplo, os casos em que a interrupção da gravidez são permitidos são bem mais amplos do que por aqui.
Isso pode ser compreendido em um gráfico elaborado pelo jornal britânico The Guardian. Publicado em sua versão online nesta quarta-feira, ele detalha o que cada legislação diz e mostra que França, Alemanha, Grécia, Bélgica, Itália, Portugal, Espanha, Inglaterra, Estados Unidos, México, Canadá, Austrália, África do Sul e China estão entre os lugares que possuem as leis mais liberais do mundo sobre o tema.
Em todos eles, abortos são permitidos para salvar a vida da mãe, para preservar sua saúde física e mental, após crimes de estupro, em casos de comprometimento do feto, por razões econômicas ou sociais e ainda por solicitação da mulher, independentemente do motivo.
O mesmo gráfico mostra que alguns países cujos governos declaram seguir regimes de esquerda e até mesmo socialistas, como Cuba, Bolívia, Argentina e Uruguai, também possuem leis mais liberais, ficando atrás dos “desenvolvidos” por proibir a prática em somente uma ou duas situações.
O Brasil, onde a interrupção é permitida apenas para salvar a vida da mãe e após crimes de estupro, por outro lado, está no grupo das legislações mais conservadoras do mundo ao lado de vizinhos como Venezuela e Paraguai e outras nações como Angola, Congo, Senegal, Iraque, Palestina, Iêmen, Nicarágua e El Salvador. Neles, não é possível abortar nem mesmo após estupros.
Acesse no site de origem: EUA e Europa têm as leis de aborto mais liberais do mundo (Terra, 01/10/2014)