Histórico familiar leva sombra do câncer de mama mais cedo às mulheres

11 de outubro, 2014

(NE10 Notícias, 11/10/2014) Câncer mais comum entre as mulheres e o segundo mais frequente no mundo, o câncer de mama tem índices que aterrorizam: são 57.120 novos casos estimados a cada ano no Brasil, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca) e 13.345 mortes em decorrência da doença, segundo o Sistema de Informação Sobre Mortalidade (SIM).

Apesar de a hereditariedade ser responsável apenas por 10% do total de casos, o fato de uma mulher ter um parente de primeiro grau que desenvolveu a doença faz com que ela esteja em um grupo de pessoas que têm que conviver diariamente com o medo ainda maior de tê-la. Em paralelo ao sentimento de maior vulnerabilidade, vem a necessidade de cuidados especiais.

O recomendado é um acompanhamento médico a partir dos 35 anos, com a realização de mamografia e de exame físico por um profissional de saúde. Segundo a ginecologista Isabela Coutinho, além desses cuidados, é importante que a mulher faça o autoexame todos os meses. “Quando a pessoa conhece o seu peito, ela irá identificar mais facilmente se houver alguma anormalidade, algum caroço ou uma mudança na coloração, por exemplo. Então é bom que ela faça e que vá ao médico caso encontre algo”, explica.

Apesar de ainda ser uma criança à época, a veterinária Gianete Barros, de 48 anos, viu sua avó lutar contra o câncer que, mesmo passando por tratamento, não resistiu e ela faleceu. Anos depois, foi a vez de sua mãe que, após descobrir a doença, teve que retirar um quadrante da mama. “O da minha mãe me pareceu algo mais leve. Ela ficou um pouco debilitada, mas se recuperou bem”, lembra.

Filha e neta de mulheres que tiveram o câncer, Gianete sabe que, no caso dela, cuidado nunca é demais. “Em relação ao autoexame, eu acredito que faço menos do que eu deveria. Tento não ficar pensando muito na possibilidade de ter câncer, mas não nego que me preocupo”, conta. Para ela, o momento mais tenso acontece entre pegar o resultado do exame e levá-lo para o médico.

“Fico muito apreensiva. Esse ano minha ginecologista me encaminhou para um mastologista, acredito que porque estou chegando aos 50 anos”, diz. Gianete confessa que, por vezes não faz o autoexame por medo do resultado. “É mais por receio de encontrar algo. O que os olhos não veem, o coração não sente. Eu sei que deveria fazer mais e talvez no futuro me arrependa”.

A bibliotecária Poliana do Nascimento, de 39 anos, faz o caminho inverso. Todos os anos ela procura fazer todos os exames e acompanha sempre com sua médica. Ela crê que essa é a melhor maneira de lidar com a hereditariedade. “Quanto mais cedo o câncer for diagnosticado, mais chances a paciente tem de o tratamento dar certo”, afirma.

A história de Poliana não é muito diferente da de Gianete. Quando ela tinha 19 anos, sua mãe descobriu o câncer na mama. Passou pelo tratamento e se curou, mas anos depois faleceu em decorrência de um câncer no estômago. “Pelo que a gente viu, a situação de quem já passou por isso, a gente fica com receio, mas acredito que basta se cuidar, ir ao médico e fazer os exames que tudo vai dar certo”, comenta.

Mayra Cavalcanti

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