Líder em microcefalia, Pernambuco está longe do topo em ranking do zika

27 de abril, 2016

(Folha de Pernambuco, 27/04/2016) Estado é o 19º. Doença já tem 91 mil registros no País, de acordo com Ministério da Saúde.

O Ministério da Saúde (MS) divulgou, nesta terça-feira (26), pela primeira vez, o número de casos prováveis de zika no Brasil. Houve 91.387 registros entre 3 de janeiro e 2 de abril, mês em que se completa um ano da confirmação do vírus no País.

Mas não foi em todas as unidades federativas que a curva da doença acompanhou a alta incidência da microcefalia, embora ambas venham sendo associadas. Pernambuco, por exemplo, lidera o ranking da malformação em bebês (1.883 notificações), mas aparece em quinto na lista de locais com mais adoecimento pela virose (8.914), quando se leva em conta números da Secretaria de Saúde (SES). Considerando os quantitativos do MS – apenas 333 casos -, o Estado cai para 19º.

Para a SES, além da discrepância entre os números nacional e local, devido ao uso de sistemas diferentes para registro e ao fato de Pernambuco ter saído na frente nas notificações, vale ressaltar que os momentos de manifestação da doença e da malformação não são, por regra, equivalentes.

“Os casos de microcefalia que vemos agora são reflexo de sete, nove meses atrás, quando houve pico de dengue/zika. Mas é fato que, das três arboviroses, é da zika que temos menos registros. Esperamos que isso se reflita, daqui a alguns meses, nos casos de microcefalia”, explica o diretor de Controle de Doenças e Agravos da SES, George Dimech, acrescentando que está previsto o alinhamento de dados locais com os do MS.

“Como fomos um dos primeiros a notificar, ficaria difícil, num primeiro momento, desmobilizar o que havia sido montado”, afirma. O gestor também destaca a necessidade de prudência ao avaliar números pelo fato de haver pacientes que não apresentam sintomas de zika e não aparecem nas estatísticas.

Nacional
A falta de conexão espacial entre zika e microcefalia também ocorreu com estados como Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte, que encabeçam a lista da malformação cefálica, mas aparecem abaixo da 10ª posição no ranking do zika. O mesmo não se pode dizer da Bahia, segundo lugar nas duas listas. Já o Rio de Janeiro é o estado com mais casos prováveis da virose (25.930) e o sexto em dados de microcefalia (415).

Em todo o País, 7.584 gestantes foram atendidas com sintomas de zika. “Ainda não é possível ter ideia de quantas terão bebês com microcefalia. Até o momento, o maior número de casos foi em mulheres que tiveram a doença no primeiro trimestre de gestação”, disse o Diretor de Vigilância das Doenças Transmissíveis do MS, Cláudio Maierovitch, em entrevista coletiva.

A pasta reconheceu ainda que o registro de zika é menor que o real. Por outro lado, afirmou perceber uma redução no ritmo de notificações de dengue, zika e chikungunya de fevereiro para cá, um indício de que o auge da epidemia pode ter passado. “A expectativa é de que o nú­­­mero continue caindo, expressando o resultado das nossas ações, que foram intensificadas desde o início do ano”, declarou Maierovitch.

Luiz Filipe Freire

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