Atualmente tramita no Parlamento polonês um projeto de iniciativa popular que busca proibir totalmente a interrupção voluntária da gravidez
(Folha de S. Paulo, 03/10/2016 – Acesse no site de origem)
Milhares de mulheres na Polônia vestiram-se de preto e boicotaram o trabalho nesta segunda-feira (3) para protestar contra um projeto de lei que proíbe totalmente o aborto no país.
A greve obrigou lojas, escritórios do governo, universidades e escolas a fecharem as portas.
Para o dia de ação, apelidado de “Black Monday” [segunda negra], as mulheres vestiram roupas de cor escura em um símbolo de luto pela perda dos direitos reprodutivos.
Atualmente tramita no Parlamento polonês um projeto de iniciativa popular que busca proibir totalmente a interrupção voluntária da gravidez. Mulheres que tenham passado pelo procedimento poderão ser punidas com cinco anos de prisão. Médicos que tenham feito assistência também poderão ir para a cadeia.
Críticos da proposta dizem que gestantes que tiveram aborto espontâneo também poderiam ser investigadas, uma vez que os sintomas são parecidos com o aborto deliberado.
O país já tem uma das leis de aborto mais restritivas da Europa e pesquisas de opinião mostram pouco apoio a um diploma ainda mais rigorosa. De maioria católica, a Polônia permite hoje o aborto legal apenas em caso de estupro, incesto, problemas graves com o feto e sério risco à saúde da mulher grávida.