(Fernando Gallo, do Blog Públicos/Estadão.com) Eis aqui um belo exemplo de como a visualização de dados e um aplicativo aberto podem ambos, no mínimo, contribuir para um debate mais qualificado.
O Datablog, do Guardian, publicou nesta segunda-feira um post sucinto, porém muito elucidativo, com um breve texto, um mapa e uma tabela – além de links para outras – com estatísticas a respeito do aborto nos Estados Unidos.
Como é um tema que vira-e-mexe aparece também aqui no Brasil, pode ser de muita serventia para referenciar os nossos debates.
No mapa, o cidadão pode ver, em cada um dos 50 Estados americanos, quantos abortos foram feitos em 2008 (último dado disponível pelo Centro de Controle de Doenças, órgão do governo federal), qual a porcentagem de abortos para cada 1.000 mulheres, quantos foram feitos por mulheres que não moram no Estado e como é que o Estado se situa em comparação com os outros.
Na tabela, há ainda outros dados importantes, como as restrições legais ao aborto e as exceções, que variam em cada caso.
Um link do post do Datablog leva para uma planilha aberta do Google Docs que mostra, entre outras coisas, que entre 1999 e 2008, durante cada um desses anos, houve pelo menos impressionantes 820 mil abortos! Na soma dos dez anos, chega-se a incríveis 8,4 milhões.
Há também planilhas que mostram os abortos de acordo com idade, estado civil, raça, abortos em adolescentes etc.
A visualização dos dados ajuda a dimensionar bem melhor o fenômeno.
Ah! Importante dizer que o Datablog publicou a planilha no momento em que a Justiça do Texas discute a legalidade de uma lei aprovada no Estado obrigando profissionais que fazem abortos a mostrar a mulheres que desejam abortar imagens do ultrassom do feto, de modo a tentar impedi-las de fazer o procedimento.
Vale a pena conferir.
Acesse em pdf: Aborto e visualização de dados (Blog Públicos/Estadão.com – 13/03/2012)