17/12/2010 – Quase toda mulher vivendo com HIV e Aids no Brasil já sofreu algum tipo de violência (Carta Capital)

17 de dezembro, 2010

(Carta Capital) A organização não-governamental Gestos promove no Recife o II Encontro “Mulheres e Gestores: Fortalecendo as Ações de Enfrentamento à Aids no Nordeste.” O evento reunirá mulheres vivendo com o HIV, ativistas, profissionais de saúde e gestores de programas de Aids de todos os nove estados nordestinos.
Um dos destaques do evento será a apresentação do capítulo “Brasil”, da pesquisa “Duas caras de uma mesma realidade: Violência contra as mulheres e feminização do HIV/AIDS”, desenvolvida pela Gestos em parceria com a Fundación para Estúdio e Investigación de la Mujer (FEIM – Argentina), a Fundación Popular em Salud (EPES – Chile) e a Mujer Salud em Uruguay (MYSU).
A pesquisa avalia o problema da violência e sua relação com o HIV e Aids no Brasil, Uruguai, Chile e Argentina. Segundo o estudo, 97,5% das brasileiras soropositivas já sofreram algum tipo de violência ao longo de suas vidas, tendo 79,2% dos casos ocorridos antes do diagnóstico do HIV.

Estima-se que cerca de 630 mil pessoas estejam infectadas pelo HIV no país, sendo 34,9% delas do sexo feminino. Ainda que em menor número quando comparados com os homens, os dados divulgados no último relatório do Unaids, em novembro, mostra que a proporção de mulheres infectadas para cada homem com Aids passou de 6, em 1989, para 1,6, no ano passado.
De acordo com o Mapa da Violência no Brasil 2010, 10 mulheres foram assassinadas diariamente no Brasil, de 1997 a 2007, totalizando 41.532 vítimas de homicídio para um índice de 4,2 assassinadas por 100 mil habitantes.
Na Europa, o índice de assassinato de mulheres é de 0,5 por 100 mil habitantes. Em Pernambuco, 290 mulheres foram assassinadas em 2009. Isto corresponde a cerca de 4 mulheres a cada 5 dias.
O evento contará com apresentações do coordenador do Programa Conjunto das Nações Unidas para o HIV e AIDS (Unaids), Pedro Chequer; da assessora para HIV e Aids do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), Angela Donini; e da livre docente em Saúde Coletiva pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) Wilza Villela.

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