19/04/2010 – Governo estima que 355 mil brasileiros têm HIV e não sabem

20 de abril, 2010

Se a tendência registrada na última década persistir, em 2010 pelo menos 11 mil brasileiros irão morrer por causa da Aids. O Ministério da Saúde ofereceu 7,4 milhões de testes anti-HIV em 2009; ainda assim o órgão estima que 355 mil brasileiros tenham vírus e não saibam.

Embora o Brasil seja considerado o país que tem um bom controle sobre a doença, desde o final da década de 1990 – quando foi registrada uma drástica redução no número de óbitos em razão do surgimento de novos remédios, os casos de morte vêm subindo lentamente. Segundo especiaistas, a realização de mais exames de HIV reduziria as mortes.

Para o infectologista Esper Kallás, da Faculdade de Medicina da USP, menos pessoas morreriam se fizessem mais cedo o exame anti-HIV. “De cada cem pessoas que fazem o diagnóstico, 16 morrem no primeiro ano”, afirma o pesquisadora. O problema, segundo ele, é que a descoberta da infecção em geral é feita muito tarde, quando doenças graves já se instalaram por causa da baixa imunidade causada pela Aids.

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Foto: Arte/G1

“Estimamos que 355 mil pessoas tenham HIV no Brasil e não saibam. Essas pessoas estão em todas as faixas da população: pobres e ricos, homens e mulheres, gays e heterossexuais”, alerta Eduardo Barbosa, diretor adjunto do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde.

Jorge Beloqui, da ONG Grupo de Incentivo à Vida/SP diz que um dos fatores que contribuem para que as pessoas fujam do exame é o preconceito contra os portadores do vírus HIV. “Você tem que ter uma boa estrutura psíquica para ser capaz de fazer esse exame e encarar um resultado positivo. Conhecemos várias pessoas que tinham sintomas importantes [de AIDS] e não queriam fazer”, conta Beloqui.

O médico Esper Kallás concorda: “A carga social relacionada ao diagnóstico de HIV no Brasil ainda é muito grande. A chance de alguém pegar hepatite B, por exemplo, é maior do que a de pegar HIV, mas ninguém tem medo de fazer teste de hepatite B”.

Embora os testes de HIV sejam gratuitos, apenas 40% da população que tem vida sexual ativa já fez o teste alguma vez. “O ideal é que todas as pessoas que estejam em situação de vulnerabilidade possam se testar”, diz Eduardo Barbosa.

Acesse essa notícia na íntegra: Realização de mais exames de HIV reduziria mortes, dizem especialistas (Portal G1 – 19/04/2010)

Indicação de fontes:

Alexandre Grangeiro – médico e pesquisador
D
epartamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da USP
http://www.fm.usp.br/preventiva/

São Paulo/SP
11 30617076 – [email protected]
Fala sobre: políticas de Aids; segmentos vulneráveis

Cristina Pimenta – psicóloga e coordenadora da ABIA
ABIA – Associação Brasileira Interdisciplinar de Aids
http://www.abiaids.org.br
Rio de Janeiro/RJ
21 2223-1040 – [email protected]
Fala sobre: direitos dos/as soropositivos; políticas para prevenção e tratamento

Jenice Pizão – educadora e membro do MNCP
MNCP – Movimento Nacional das Cidadãs PositHIVas
Campinas/SP
19 9146-2558 – [email protected]
Fala sobre: políticas de Aids; direitos das soropositiva

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