(Estadão.com) Gestantes soropositivas podem ter gestação melhor se, além de passar por exame pré-natal adequado, puderem desabafar suas angústias e sentimentos. Estudo da Universidade de São Paulo (USP) constatou que, durante a gravidez, os problemas mais comuns dessas gestantes referem-se a questões emocionais, e não clínicas.
A pesquisa concluiu que as mulheres com o vírus HIV que engravidam precisam de assistência psicológica diferenciada, além de um espaço para falar sobre planejamento familiar e educação sexual.
Autora da pesquisa “A vivência da maternidade: um estudo com gestantes portadoras do HIV”, a psicóloga Luciana Trindade Valente Carneiro explica que essas mulheres sentem-se muito inseguras sobre a saúde do bebê e se terão condições de acompanhar o crescimento da criança. Já em relação a seu quadro clínico, todas declararam sentir-se muito seguras ao fazer o pré-natal em um ambulatório diferenciado.
O estudo também constatou que a maioria das gestantes aderia ao tratamento durante a gestação por temer a possibilidade de transmitir o vírus ao bebê, o que seria, a avaliação da psicóloga, um sinal de que elas se preocupam com o bem-estar do filho, mas não necessariamente com o próprio bem-estar. Trata-se, segundo Luciana, de um fator negativo, pois pode significar que a mulher interromperá a medicação após o parto.
A proposta do trabalho da psicóloga é que haja tratamento e acompanhamento permanentes para minimizar danos psicológicos e emocionais, que são bastante comuns em grávidas soropositivas.
Acesse em pdf: Atendimento psicológico ajuda gestantes com HIV, indica estudo (Estadão.com – 23/09/2010)