23/11/2010 – Aborto: criminalização e hipocrisia na imprensa, por Túlio Muniz (OI)

24 de novembro, 2010

(Observatório da Imprensa) Doutorando na Universidade de Coimbra, Portugal, o jornalista Túlio Muniz critica a abordagem sensacionalista da cobertura da mídia sobre casos de aborto no Brasil. Em sua argumentação, Muniz informa que “em 2007, Portugal, tão religioso quanto o Brasil, legalizou o aborto. Desde então não ocorrem mortes por uma prática que lá era tão disseminada quanto é cá”.

O jornalista escreve que o sociólogo José Manuel Mendes, da Universidade de Coimbra, explica que a mudança começou com a presença do navio da ONG holandesa Women on Waves (Mulheres nas Ondas) em águas internacionais próximas de Portugal em 2005. O imenso fluxo de portuguesas que conseguiam realizar o aborto em alto-mar gerou um amplo debate que evidenciou a gravidade do problema, que acabou “resolvido sem traumas no plebiscito de dois anos depois”.

Voltando ao Brasil, Muniz lembra que a questão do aborto “vez ou outra ancora nos discursos públicos, como foi na disputa eleitoral deste ano, e em acontecimentos localizados, como o fechamento de clínicas ‘clandestinas'”.

Em tom crítico, o jornalista cita o caso recente do fechamento de uma clínica de aborto em Fortaleza, que “mobiliza a imprensa com discursos variando entre o conservadorismo, o legalismo e a hipocrisia. A abordagem da mídia local (e em geral se dá o mesmo país afora) concentra-se no aspecto policial da questão, e a tendência de sensacionalismo, com raras exceções, veda maiores espaços para um debate franco sobre um problema nacional que os números não permitem que permaneça silenciado”.


Leia o artigo na íntegra: Aborto, criminalização e hipocrisia, por Túlio Muniz (Observatório da Imprensa – 23/11/2010)

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