(G1) O número de mulheres grávidas com HIV em Alagoas aumentou 76% em junho deste ano, em relação ao mesmo período de 2012, segundo a Secretaria Estadual de Saúde de Alagoas (Sesau). O teste rápido pode ajudar a diminuir o risco de contaminação do bebê, mas poucas unidades oferecem o exame no estado.
A gestante Raqueline da Silva é um dos exemplos. Ela está no sétimo mês de gestação, mas só agora está fazendo o teste para descobrir se é ou não portadora do vírus HIV. Raqueline precisou vir a maceió porque encontrou dificuldades no interior do estado.
“Você demora muito para marcar o exame, e ainda são dois, três meses para receber o resultado. E a gente que tá grávida precisa fazer o pré-natal corretamente, o ideal é fazer o teste rápido, não temos muito tempo”, relata a gestante.
O número de grávidas infectadas com o vírus em alagoas aumentou 76% em relação ao mês de junho do ano passado, segundo o último boletim epidemiológico divulgado pela Sesau. Em junho deste ano, foram registrados 65 casos, 28 a mais do que no mesmo período de 2012.
“Quando você implanta essa testagem, é ofertada para essa gestante, durante o pré-natal, o teste rápido. Então você tem detectado mais casos de HIV”, explica a técnica do programa DST/Aids, Sheila dos Santos.
De acordo com a secretaria, a ampliação da Rede Cegonha no estado também eleva o número de mulheres grávidas com HIV em Maceió. No ano passado, a capital registrou 53 gestantes soro positivas. Em apenas 6 meses deste ano, já são 42 grávidas com o vírus.
O teste pode ser realizado nos postos de saúde, mas ainda são poucos os que ofertam o exame rápido, onde o resultado sai na hora. O PAM Salgadinho é um dos poucos locais que acompanha gestantes com o vírus e já realiza esse tipo de teste.
“O processo está sendo implantado, nós já temos uma média de 15 unidades que realizam o teste. A proposta é que no máximo entre 30 e 40 dias todas as unidades de Maceió estejam realizando a testagem rápida. A intenção é que o diagnóstica seja precoce, para proteger tanto a mãe quanto o bebê”, revela a coordenadora do Programa DST/Aids Maceió, Sandra Gomes
O exame precisa ser feito o quanto antes para diminuir os riscos de contaminação do bebê. Quanto mais tardia, mais sofrida é a descoberta. “Até hoje eu estou sofrendo, estou muito triste. Não queria que isso tivesse acontecido nem comigo, nem muito menos com o bebê”, diz uma das gestantes portadores do vírus, que descobriu a doença com oito meses de gestação.
Ela mandou um recado para outras mulheres. “O que eu digo é para que venham fazer mesmo sem estar grávida, mesmo que estejam se relacionando com uma pessoa que conhece, venha fazer o teste”, finaliza.
Acesse o PDF: Número de grávidas com HIV cresce 76% em Alagoas, diz Sesau (G1, 29/07/2013)