(Rádio ONU, 10/04/2015) Segundo agência da ONU, tendência global é de alta no número de procedimentos; Brasil tem umas das taxas mais altas do mundo, com 45%; na Europa, índice está em torno de 20%; ” taxa ideal” é entre 10% e 15%.
Um novo comunicado da Organização Mundial da Saúde, OMS, sobre a realização de cesarianas, destaca que o procedimento só deve ser realizado quando necessário por motivos médicos.
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Desde 1985, a comunidade médica internacional tem considerado entre 10% e 15% como “taxa ideal” de cesarianas. Segundo a agência da ONU, o Brasil tem um dos índices mais altos do mundo, com 45%. Na Europa, os números estão entre 20% e 22%.
Causas
A OMS destaca a importância de priorizar as necessidades do paciente, analisando caso a caso. A nota também desencoraja a prática de buscar “meta de taxas”.
De acordo com a agência, apesar de poder salvar vidas, a prática é, com frequência, realizada sem necessidade médica, colocando mulheres e seus bebês em risco de problemas de saúde de curto e longo prazo.
A diretora do departamento de saúde reprodutiva e pesquisa da OMS, Marleen Temmerman, apontou algumas razões para o aumento da prática.
A especialista mencionou que estas cirurgias estão mais seguras. Ela citou ainda a preferência de médicos e hospitais, por questões de planejamento, das mães, por receio e questões culturais, entre outras.
Complicações
A cesariana é uma das cirurgias mais comuns do mundo com taxas subindo, particularmente, em países de renda média e alta.
O procedimento pode ser necessário quando o parto normal ofereça risco à mãe ou ao bebê. As causas podem ser, por exemplo, trabalho de parto prolongado, sofrimento fetal ou posição do bebê.
No entanto, a OMS afirma ainda que, cesarianas podem causar “complicações significativas”, incapacidade ou morte, particularmente em locais onde não há instalações para conduzir cirurgias seguras ou tratar potenciais complicações.
Taxa Ideal
Novos estudos revelam que, quando as taxas do procedimento chegam aos 10%, o número de mortes de mães e recém-nascidos, cai. No entanto, não há provas de que estes índices de mortalidade melhorem se a taxa de cesarianas subir além dos 10%.
Segundo a diretora do departamento de saúde reprodutiva e pesquisa da OMS, Marleen Temmerman, “estas conclusões destacam a importância da prática para salvar as vidas de mães e recém-nascidos” e, ao mesmo tempo, de garantir que o procedimento deve ser realizado em mulheres que precisem.
A OMS propõe a adoção de um método de classificação, conhecido como Robson, para monitorar e comparar as taxas de cesariana.
Laura Gelbert
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