O aborto é um tema das eleições 2022, fale Lula sobre ele ou não. Estará presente nas listas de distribuição do WhatsApp, será alvo de desinformação, estará nas redes sociais e em palanques. Não está sob tutela do campo progressista. Já é parte do jogo.
(Gênero e Número | 13/04/2022 | Por Giulliana Bianconi e Sonia Côrrea*)
Ao defender que o aborto no Brasil deveria ser encarado como uma questão de saúde pública e um direito das mulheres, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sinalizou, na semana passada, que estava disposto a tratar do assunto na campanha eleitoral. A declaração está em sintonia com a movimentação política de países vizinhos e contribuiu para desobstruir o debate por aqui, sempre tratado como tabu em anos eleitorais. Mas provocou reações de imediato em todo o campo político. No momento em o desafio é construir uma campanha capaz de derrotar nas urnas o projeto bolsonarista – que faz do repúdio ao direito ao aborto um de seus eixos principais – não faltaram análises como “Lula causou preocupação ao partido”, “Lula escorregou numa casca de banana”, “Lula cometeu um equívoco logo na largada”. Porém, a observação de décadas do debate sobre aborto no Brasil e na América Latina pelos movimentos de mulheres nos informa que essa relutância e advertências são ineficazes, pois não vão impedir a direita e o grupo antiaborto de tratarem desse tema de forma virulenta nas eleições. Listamos 7 erros observados nas conversações e análises que repercutiram na mídia e nas redes sociais na última semana.
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* Giulliana Bianconi é codiretora da Gênero e Número.
* Sonia Corrêa é codiretora da Sexuality Policy Watch.