(Folha Vitória, 03/02/2016) O levantamento também aponta que cerca de 30% dessas adolescentes engravidam novamente no primeiro ano pós-parto, e até 50%, no segundo ano
Dados de uma pesquisa realizada pelo DATASUS apontaram que em 2014 de todos os partos realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no Espírito Santo, 24% deles foram feitos em meninas que com idade entre 10 e 19 anos.
Esse número é maior que a média nacional para essa faixa etária que ficou em 20%. Segundo a pesquisa, no Espírito Santo foram realizados mais de 34 mil partos e desses, mais de 8.200 eram de meninas menores de 19 anos. O custo desses procedimentos ao sistema público de saúde somam mais de R$ 18 milhões.
Outro ponto levantado pela pesquisa é que em todo país 75,7% das adolescentes que têm filhos não estudam e 57,8% não estudam nem trabalham. Além disso, cerca de 30% delas engravidam novamente no primeiro ano pós-parto, e entre 25% e 50%, no segundo ano. Ainda de acordo com a pesquisa isso acaba afetando a reintegração da mãe à escola e ao mercado de trabalho.
Outros dados revelam ainda que as adolescentes apresentam maior risco de complicações durante a gestação e mortalidade, sendo o parto a principal causa de morte de mulheres jovens entre 15 e 19 anos em países em desenvolvimento. Problemas como depressão e ansiedade também são mais frequentes nesses casos no que em mulheres grávidas adultas.
Os filhos de mães adolescentes ainda correm maior risco de abandono, menor adaptação escolar e distúrbios de comportamento. A mortalidade infantil também é quatro vezes maior nesses casos em que as mães são adolescentes.
Aborto
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, 31% das gestações no país terminam em aborto e são registradas cerca de 230 mil internações, por ano, para tratamento das complicações decorrentes desse processo. A pesquisa mostra ainda que o segundo procedimento obstétrico mais realizado no sistema público no Brasil é a curetagem pós-abortamento.
A pesquisa alerta que o aborto inseguro representa também um grave risco e alto custo para o sistema público, sendo frequentemente usado na falha ou no uso incorreto de contraceptivos.
Segundo a pesquisa, o Brasil registra mais de 235 mil gestações não planejadas de mulheres jovens por ano.
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