Cerca de 7.500 mulheres jovens contraíram o HIV a cada semana em 2015, o que as tornou o grupo mais vulnerável contra a aids, especialmente na África Subsaariana, uma das regiões mais afetadas pela epidemia. “O mundo está falhando com as mulheres jovens, precisamos fazer mais e de maneira urgente”, reconheceu o diretor-executivo do Programa Conjunto das Nações Unidas para o HIV/Aids (Unaids), Michel Sidibé, na apresentação em Windhoek, capital da Namíbia, do último relatório sobre a doença, que afeta 36,7 milhões de pessoas em todo o planeta.
(Agência Aids, 22/11/2016 – acesse no site de origem)
Para as mulheres entre 15 e 24 anos, o risco de contrair o HIV é maior, e entre 2010 e 2015 o número de infecção caiu 6%, o que significa um fracasso na luta contra a epidemia, alertou o documento.
As mulheres enfrentam uma “ameaça tripla”, por estarem expostas um alto risco de contágio e não seguirem o tratamento.
As desigualdades de gênero, o acesso insuficiente aos serviços de saúde sexual e reprodutiva, a pobreza, a insegurança alimentar e a violência são alguns dos fatores que aumentam a vulnerabilidade feminina ao HIV.
Outros grupos
Segundo a ONU, outro grande desafio é reduzir o número de mortes entre adolescentes soropositivos, que não costumam seguir o tratamento, o que, em muitos casos, a medicação fracassa.
Apesar do número de infecções continuar elevado, o acesso ao tratamento antirretroviral em nível global permitiu que o número de mortes ligadas à aids tenha diminuído 45% na última década.
Atualmente, 18,2 milhões de pessoas no mundo todo recebem tratamento contra o HIV, entre elas 910 mil crianças, o dobro que há cinco anos.
A ONU se mostrou otimista e garantiu que, se estes esforços continuarem e forem intensificados, o mundo poderá alcançar o objetivo de universalizar os antirretrovirais e garantir seu acesso a 30 milhões de pessoas em 2020.
“O progresso que alcançamos é notável, especialmente no que se refere ao tratamento, mas também é incrivelmente frágil. Novas ameaças estão surgindo e se não agirmos agora arriscamos que elas ressurjam e resistam”, advertiu Sidibé.