Obstáculos forçaram mulheres a percorrer até cinco centros de saúde até serem atendidas
(Folha de S.Paulo | 04/03/2022 | Por Mônica Bergamo)
Um estudo brasileiro publicado na The Lancet Americas tentou analisar com maior profundidade as razões para que o Brasil registrasse uma das maiores mortalidades maternas, entre mulheres grávidas e puérperas, por Covid-19. Foram, no total, 1.948 óbitos, sendo que a maioria deles (1.488) ocorreu em 2021. Do total, 59% delas não tinham fator anterior de risco ou comorbidades.
A pesquisa entrevistou 25 famílias e parentes de grávidas ou puérperas que morreram por Covid-19. E descobriu que o sistema de saúde estava despreparado para recebê-las, a tal ponto que algumas grávidas chegaram a percorrer até cinco centros de saúde antes de receberem tratamento –já com o quadro agravado, e resultando em óbito.