(O Globo) O governo lançou o Plano Brasil sem Miséria, mas não pode abrir mão da participação da sociedade, porque a organização civil é a melhor guia para que as políticas públicas cheguem àqueles que até hoje foram invisíveis ao governo. Essa é a opinião de Adriano Campolina, diretor da ActionAid/Brasil e de Francisco Menezes, diretor do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase). Leia abaixo, trechos do artigo:
“A mobilização da sociedade é crucial para que os acessos aos programas de garantia de renda, aos serviços públicos e à inclusão produtiva não sejam apenas benefícios, mas direitos de todos os cidadãos. Hoje, muitos municípios não preenchem o número estimado de famílias a serem atendidas e em alguns os “tetos” de quantas famílias serão atendidas representam limite à entrada de outras também elegíveis. Essa lógica deve ser invertida: se uma família tem esse direito, o Estado deve garanti-lo.”
“Os mais pobres precisam ter acesso assegurado aos serviços públicos. Devem ser incluídos automaticamente no Programa Saúde da Família e contar com creche e pré-escola próximas de onde moram, para que as mães possam buscar oportunidades de inclusão. Também devem ter acesso prioritário ao Minha Casa, Minha Vida, à alfabetização de adultos, à escolarização, água e luz. São esses serviços públicos que possibilitarão a cada um desses brasileiros romper com a exclusão social.”
“As políticas públicas devem mapear de forma mais ampla as iniciativas locais de combate à exclusão, como projetos de economia solidária, construção de cisternas e fortalecimento da agricultura familiar, projeto com maior capacidade de incluir de forma sustentável essa população e distribuir renda. Uma vigorosa reforma agrária, no campo, e a garantia do direito à moradia urbana devem complementar essas ações.”
“… é necessário criar um ambiente em que toda a sociedade acredite que chegou a hora de realizar esse sonho. Infelizmente, no mundo da pequena política e dos ressentimentos, haverá sempre os céticos de plantão. Não terão forças, no entanto, para deter a vontade maior, expressão que simboliza nossa história de lutas e esperanças, de Joaquim Nabuco e Josué de Castro até Betinho.”
Leia o artigo completo: Esperança e luta, por Adriano Campolina e Francisco Menezes (O Globo – 03/07/2011)