Médico usa dados deturpados para dizer que vacina foi causa de abortos

10 de janeiro, 2022

É enganosa a afirmação de um médico brasileiro de que um estudo dos EUA teria apontado que 82% das grávidas vacinadas contra a covid-19 teriam sofrido aborto no primeiro trimestre de gestação

(Correio Braziliense | 10/01/2021 | Por Projeto Comprova)

Investigado por: O Popular, Correio e Estadão

É enganosa a afirmação feita em vídeo compartilhado no Kwai e em outras redes sociais de que 82% das grávidas vacinadas contra a covid-19 sofreram aborto no primeiro trimestre de gestação em um estudo conduzido nos Estados Unidos e que este seria um motivo para gestantes não serem vacinadas. O percentual não é citado no levantamento.

A pesquisa “Descobertas preliminares da segurança da vacina de mRNA Covid-19 em pessoas grávidas” foi realizada por cientistas ligados ao Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) e à Food and Drug Administration (FDA), todos funcionários do governo dos Estados Unidos, e publicada em 21 de abril de 2021.

O estudo utilizou dados de 3.958 pessoas, que constavam em um sistema de registro de gravidez dos Estados Unidos, chamado V-safe. Na plataforma, podem se inscrever participantes que se autoidentificam como grávidas no momento da vacinação ou até 30 dias depois.

Entre as inscritas, 827 chegaram ao fim do período de gravidez até a publicação do estudo, seja pelo nascimento do bebê ou por aborto. Do total, 104 (12,6%) sofreram abortos espontâneos e houve 712 nascidos vivos (86,1%). Erros em cálculos e interpretações equivocadas do conteúdo do estudo fizeram com que o levantamento fosse usado para espalhar desinformação relacionada à vacinação de gestantes.

Acesse a matéria completa no site de origem

Nossas Pesquisas de Opinião

Nossas Pesquisas de opinião

Ver todas
Veja mais pesquisas