A produção traz depoimentos de conhecidas e anônimas, incluindo Luiza Brunet, Joanna Maranhão e Maria da Penha
(M de Mulher, 06/07/2017 – acesse no site de origem)
“Mexeu com uma, Mexeu com todas”: a emblemática frase foi vista por Sandra Werneck em um cartaz, durante uma manifestação, e se tornou título de seu mais recente documentário.
O 19º trabalho da cineasta, que também dirigiu “Cazuza – O Tempo Não Pára”, carrega o mesmo apelo da campanha feita por funcionárias da TV Globo quando o ator José Mayer foi acusado de assédio sexual pela figurinista Susllem Meneguzzi Tonani. Apesar de não falar especificamente sobre o episódio, a produção aborda temas que foram discutidos na ocasião – e vai além.
“Mexeu com uma, Mexeu com todas” debate a violência contra a mulher e tem como objetivo ser uma ferramenta de conscientização sobre a causa, ressaltando a importância da união entre as mulheres e também da criação de redes de apoio independentes.
“Com essa experiência, aprendi muito sobre o tema e, em muitos momentos, esse trabalho me emocionou, por conta dos relatos das pessoas que participaram. Ele é importante por ajudar a dar coragem para quem precisa denunciar esses casos de violência e ainda tem medo“, ressalta Sandra.
O documentário joga luz em casos de agressão, abuso e assédio sexual vividos por mulheres conhecidas e anônimas. Entre elas, a atriz e modelo Luiza Brunet, a nadadora Joanna Maranhão (que deu nome à lei que mudou o prazo de prescrição para crimes contra a dignidade sexual praticados contra crianças e adolescentes), a escritora Clara Averbuck e a farmacêutica Maria da Penha Maia Fernandes (que deu nome à lei que criminaliza a violência contra a mulher).
Além disso, o filme também documenta imagens de protestos, que mostram a vulnerabilidade da mulher no país, e traz dados assustadores sobre essa realidade.
Quer um exemplo? Embora muita gente ainda acredite que a culpa é sempre da vítima (“que estava no lugar errado, na hora errada, com a roupa errada”), 77% dos abusos acontecem dentro de casa, com conhecidos e parentes.
“O filme pode provocar debates entre homens e mulheres e gerar palestras para que o tema seja discutido entre todos. Ele também serve para alertar as mulheres e fazer com que elas tenham coragem de denunciar seus agressores, além de permitir que os homens vejam e percebam a dor de quem está dando o seu depoimento”, pontuou Sandra.
Produzido pela Cineluz Produções, com financiamento pelo Fundo Setorial do Audiovisual, “Mexeu com uma, Mexeu com todas” participou da 22ª edição do Festival de Documentários É Tudo Verdade, o maior da América Latina, que rolou em abril, no Rio de Janeiro e em São Paulo.
Serviço
“Mexeu com uma, Mexeu com todas” estreia com exclusividade na sexta-feira (14), às 22h30, na Sexta da Sociedade, no canal Curta!.
Com classificação livre e 71 minutos de duração, o documentário será exibido também em horários alternativos: no sábado (15), às 2h30 e às 11h30; no domingo (16), às 22h30; e na segunda-feira (17), às 16h30.
O Curta! está nos seguintes canais:
- 56 da NET
- 56 da Claro TV
- 76 da Oi TV
- 132 como canal opcional à la carte na GVT
- 664 como canal opcional à la carte na Vivo
Priscila Doneda