(Agência Patrícia Galvão)
Rio de Janeiro, 4 de dezembro de 2010
Mesa 3 – Campanhas e Candidaturas de Mulheres: Possibilidades e obstáculos
Clara Araújo – socióloga, professora da UERJ e coordenadora do Núcleo de Estudos sobre Desigualdades Contemporâneas e Relações de Gênero
Teresa Sacchet – cientista política, pesquisadora Núcleo de Pesquisa de Políticas Públicas da USP
Debatedora: Albertina Costa – socióloga, pesquisadora da Fundação Carlos Chagas e diretora do Instituto Patrícia Galvão
Coordenadora: Irlys Alencar Firmo Barreira – professora titular de Sociologia da Universidade Federal do Ceará
Clique aqui para ler a matéria completa sobre a Mesa Campanhas e Candidaturas de Mulheres: Possibilidades e obstáculos (por Patrícia Negrão)
Veja a seguir alguns destaques desta mesa:
“De acordo com a pesquisa do Consórcio Bertha Lutz, que será lançada na íntegra em março, o voto das mulheres está mais concentrado, ou seja, em uma lista de dez candidatas de um determinado partido, oito candidatas recebem 80% do total de votos e as duas restantes, somente 10%. Um exemplo ainda mais radical: Ana Arraes, nas eleições de 2006, em Pernambuco, teve 90% dos votos das cinco mulheres candidatas. Os partidos, portanto, investem e lançam as mulheres com mais competitividade e com maior chance de conseguir votos. Isso não ocorre entre os candidatos homens, cujos votos são melhores distribuídos; há, portanto, maior possibilidade de competitividade entre eles.”
“A pesquisa mostrou também que a chance de uma mulher se reeleger, se ela for deputada estadual ou federal, é maior do que se ela é novata na carreira política. Isso porque há uma tendência à inércia eleitoral. A chance de uma deputada estadual se eleger é 23 vezes maior do que a de outras candidatas; e de uma deputada federal, 16 vezes. Portanto, estar no Congresso é fundamental para o sucesso da carreira política.” Clara Araújo – socióloga
“Participo da pesquisa do Consórcio Bertha Lutz que analisa o financiamento das campanhas e a diferença de distribuição de dinheiro entre os homens e as mulheres. As candidatas mulheres afirmam que o maior constrangimento de uma campanha é o fator financeiro. Todas reclamam que são discriminadas pelos partidos no momento de divisão do financiamento. Como as mulheres têm menos história política do que os homens, o dinheiro para elas ainda é mais importante. Para ter as mesmas chances de sucesso, elas precisam gastar mais. O Brasil tem somente 8,8% de mulheres eleitas e, de todos os países da América Latina, só não perde para o Panamá. Na Argentina e em Costa Rica, são 38%. Sem dinheiro, não vamos conseguir fazer com que mais mulheres vençam as eleições.” Teresa Sacchet – cientista política
“Muitos candidatos eleitos estão associados à mídia; são proprietários de rádio, de tevê, ou têm alguma associação direta com a mídia. Isso inverte a lógica de que a mulher é eleita na comunidade e não em um espaço maior.” Albertina Costa – socióloga
Seminário Nacional
Rio de Janeiro, 2 a 4 de dezembro de 2010
A Mídia e as Mulheres no Poder
Realização: Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM), Instituto Patrícia Galvão e Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher (Unifem)