(O Estado de S.Paulo) A pressa para a aprovação do Marco Civil da Internet,que tramita em regime de urgência no Congresso após os episódios de espionagem envolvendo governo e empresas brasileiras, gera polêmica. Os defensores da proposta alegam que não pode haver discriminação do uso da internet. Já os representantes das operadoras afirmam que a proposta afetará a relação de aumento do tráfego de dados na internet e a expansão das receitas e dos custos, levando à redução da rentabilidade do setor.
A obrigação de internet plena para todos os perfis de usuários implicará em um redimensionamento das redes para perfis de uso mais intenso, elevando os investimentos.”Alguém tem de pagar por isso. Os usuários não são iguais”, afirma o diretor de regulação do sindicato das teles, o Sinditelebrasil, Alexandre Castro. Segundo ele,25% dos internautas consomem 80% dos recursos disponíveis na internet. O representante das teles prevê que o aumento dos investimentos sem a garantia de um maior retorno poderá elevar os preços dos serviços de internet no País.
O que as operadoras querem é oferecer serviços dedicados de acesso à internet, com a possibilidade de acordos com provedores de conteúdo. Da maneira como o projeto está, na visão do setor, impossibilita a criação de novos modelos de negócios. “Sabemos da insatisfação das teles, que queriam vender linhas dedicadas para alguns serviços, como o de vídeos, mas o governo não concorda com isso”, afirmou o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo.
Acesse o PDF: Proposta para a Internet sofre resistência (O Estado de S.Paulo, 24/09/2013)