(Porta Imprensa) A presidenta da Comissão Especial da Diversidade Sexual da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Maria Berenice Dias, fala a respeito da cobertura da mídia brasileira sobre a questão homossexual e da importância de falar com jornalistas. “Eu sempre dou um jeito de não dispensar nenhuma entrevista; a imprensa é fundamental para o debate”. Leia a seguir trechos dessa entrevista:
“IMPRENSA – A quais fatores você atribui o aumento que a temática homossexual ganhou no noticiário?
Maria Berenice Dias – Dentre vários fatores, acredito que o mais significativo tenha sido a mudança da própria sociedade. O distanciamento entre Estado e Igreja contribuiu muito para isso. Quando começou a ser construída de fato essa divisão, um novo conceito de família passou a ser concebido. Obviamente que isso consiste em um processo e não uma ruptura. Mais recentemente, a decisão do STF de reconhecer a União Homoafetiva também ajudou. Também tem o movimento homossexual que se organizou. Outra questão é que a homossexualidade virou um produto que vende e, por isso, entrou na mídia. Na novela, por exemplo, essa visibilidade não é só uma sensibilidade ou uma conscientização, mas um produto que vende e que está na moda.”
“IMPRENSA – Ainda existem equívocos e estereótipos na abordagem da mídia sobre o assunto?
Berenice – Em muitos programas de humor temos um problema sério: o uso de estereótipos negativos e ridicularizados. Isso também é uma forma de homofobia: tratar de estereótipo vexatório em programa humorístico é homofobia, pois não correspondente ao perfil da população LGBT. Muitos desses programas atribuem ao homossexual um fenótipo afeminado e de gestos exagerados; isso é preconceito, portanto, homofobia.”
Leia a entrevista completa: ‘Estereótipo vexatório em programas humorísticos é homofobia”, diz Maria Berenice (Porta Imprensa – 06/10/2011)