(Folha de S.Paulo) Em dez anos, caiu quase 40% o número de partos em menores de 19 anos no país. No Estado de São Paulo, o governo paulista divulgou dados parecidos e atribui a queda às suas ações de conscientização e distribuição de preservativos e anticoncepcionais.
Um médico e um estatístico entrevistados pelo Folhateen apontam um fator mais importante: melhor perspectiva de estudo e trabalho entre as adolescentes.
“Se ela não tem projetos de vida, a gravidez vira o projeto de vida”, resume Marco Aurélio Galletta, médico responsável pelo setor de gravidez na adolescência do HC (Hospital das Clínicas). “Muita gente subiu para a classe C nos últimos anos. Essas pessoas têm uma perspectiva melhor de estudo e trabalho do que há vinte anos.”
Edson Martinez, da USP de Ribeirão Preto, ressalta que a taxa de gravidez no Brasil ainda é alta – mais de 400 mil grávidas ao ano.
Ambos os entrevistados lembram ainda que famílias ricas têm mais acesso ao aborto – a taxa de partos pode ser mais baixa entre eles, mas a de gravidezes nem tanto. “Adolescente é adolescente. Eles são imediatistas e um tanto irresponsáveis em qualquer classe social”, diz Galletta.
Leia na íntegra:
Os 200 mil bebês que não nasceram (Folha de S.Paulo – 08/08/2011)
Governo distribui menos camisinhas, mas elas não estão em falta (Folha de S.Paulo – 08/08/2011)