(O Globo) O Brasil está na 128ª posição, entre 188 países e territórios, no ranking de maiores taxas de natalidade entre adolescentes de 15 a 19 anos, com 71 partos para cada mil mulheres nessa faixa. O ranking, no qual os países nos últimos lugares têm pior situação, integra o relatório “Estado da população mundial 2012”, lançado ontem pelo Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA).
O documento estima que a América Latina e o Caribe têm a segunda maior taxa de natalidade do mundo entre adolescentes. Com 79 partos para cada mil mulheres nessa faixa etária, as garotas latino-americanas só engravidam menos do que as jovens da África subsaariana.
– É uma taxa que não cai – disse a diretora regional do UNFPA para América Latina e Caribe, Marcela Suazo, enfatizando que 70% dessas gestações não foram planejadas e envolvem mulheres sem acesso a contraceptivos, atendimento de saúde e informação.
A mortalidade materna é outro problema. O Brasil surge em 79º lugar, empatado com a Tunísia, entre 179 países e territórios com informações disponíveis, no ranking de maior taxa de mulheres mortas durante a gravidez e o parto, ou no pós-parto – mesma posição ocupada em 2011.
Com 56 mulheres mortas para cada 100 mil bebês nascidos vivos – no relatório do ano passado, essa taxa era de 58 -, o Brasil está atrás de nações como China, com taxa de 37; Irã, com 21; e Turquia, com 20.
A taxa brasileira de natalidade entre jovens supera a de Chile (54), Uruguai (60), Paraguai (63) e Argentina (68), mas é menor do que a de Honduras (108), Venezuela (101), Equador (100), Bolívia (89), México (87) e Colômbia (85). É maior do que a média mundial de 49 bebês por grupo de mil mães adolescentes e corresponde a mais do que o triplo do índice dos países desenvolvidos: 23.
De acordo com o UNFPA, as taxas de natalidade levam em conta as médias registradas em períodos de cinco a dez anos, de 1991 a 2010. Ainda que boa parte dos países tenha realizado censo em 2010 e disponha de dados atualizados, há casos em que o relatório usa informações defasadas, da primeira metade dos anos 1990.
O UNFPA alerta que 222 milhões de mulheres em idade reprodutiva nos países em desenvolvimento, entre 15 e 49 anos, não têm acesso a métodos contraceptivos. E estima que 80 milhões de mulheres terão sido vítimas de gravidez não desejada até o fim de 2012, resultando em 40 milhões de aborto, dos quais 4,2 milhões na América Latina, a maioria em condições de risco.
Com base nessas projeções, o relatório diz que políticas efetivas de planejamento familiar poderiam reduzir em 26 milhões o total de abortos realizados anualmente no mundo.
Acesse em pdf: Brasil em 128º em ranking de gravidez precoce (O Globo – 15/11/2012)