17/08/2011 – Dilma anuncia medidas para melhorar qualidade de vida e trabalho das mulheres do campo

17 de agosto, 2011

(G1/Ciranda/Agência Brasil/Terra/Jornal do Brasil) Mais de 70 mil trabalhadoras rurais de todo o Brasil reuniram-se em Brasília para a quarta edição da Marcha das Margaridas, mobilização organizada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), em diversas atividades nos dias 16 e 17 de agosto. Além de participarem de oficinas, trocas de experiências e de homenagens, como na Câmara dos Deputados, as Margaridas marcharam pelas principais vias da capital federal e encontraram a presidenta Dilma Rousseff, que anunciou uma série de medidas, em atendimento a algumas das diversas reivindicações que essas guerreiras de todo o país levaram a Brasília.

Margaridas param a capital do país
Na capital do país, o noticiário local informava: “O trânsito nas principais vias do Distrito Federal ficou complicado na manhã de hoje (17) devido à realização da Marcha das Margaridas, que teve início por volta das 7h, saindo do Parque da Cidade. Cerca de quarenta minutos depois, a via do Eixo Monumental que passa em frente ao TJDFT já havia sido completamente interditada.”

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dilmacommargaridas300_robertostuckert_prDilma reforça disposição de dialogar com movimentos sociais
“A marcha de vocês me toca e me emociona profundamente, não apenas como presidente da República, mas como mulher e cidadã”, disse a presidenta, no encerramento da Marcha das Margaridas, quando entregou à secretária de Mulheres da Contag, Carmen Foro, o caderno de respostas às reivindicações do movimento.

Dilma Rousseff anunciou algumas medidas que atendem parte da lista de 158 reivindicações apresentadas pelas trabalhadoras para melhorar qualidade de vida e trabalho das mulheres do campo, como foco na saúde e no enfrentamento da violência. “Em relação à saúde, eu queria afirmar aqui, nós vamos construir e equipar 16 unidades básicas de saúde fluviais, sendo oito em 2011 e oito em 2012. Vamos, até 2012, implantar 10 centros de referência em saúde do trabalhador, voltados para os trabalhadores do campo e da floresta”, disse a presidenta.

Para ampliar o combate à violência contra a mulher, Dilma anunciou a instalação no campo de 10 unidades móveis para o atendimento a mulheres vítimas de violência. “Quero reiterar o compromisso do meu governo e o meu compromisso em particular com o enfrentamento da violência contra as mulheres e a punição aos agressores. Me orgulha anunciar que instalaremos 10 unidades móveis para atendimento a mulheres em situação de risco”, disse.

“Quero intensificar o diálogo do governo com vocês. Tenho certeza que esse diálogo é fundamental. Saibam que as críticas e as sugestões são essenciais, bem-vindas e necessárias”, disse a presidenta. “Estarei sempre aberta ao diálogo e podem ter certeza que vocês têm uma ‘presidenta margarida.’”

A porta-voz das Margaridas, Carmen Helena, defendeu, no discurso, maior participação política das mulheres. “Não é possível pensar em um país desenvolvido se convivermos com um Congresso Nacional com 92% de homens”, disse. Ela defendeu ainda reforma agrária e mais recursos para o enfrentamento à violência contra a mulher.

Escrituração conjunta de imóveis rurais
De acordo com o Ministério de Desenvolvimento Agrário (MDA), será publicada uma portaria que estabelece a escrituração conjunta para a aquisição de imóveis por meio do Programa Nacional de Crédito Fundiário (PNCE), política complementar de reforma agrária que financia a aquisição de imóveis rurais. O objetivo é que, em caso de ser um casal a adquirir o imóvel, tanto o homem quanto a mulher constem como proprietários.

Mulheres terão prioridade em Programa de Aquisição de Alimentos (Rede Brasil Atual – 17/08/2011)
O Ministério do Desenvolvimento Social publicou resolução que dará prioridade às mulheres na liberação de recursos do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), uma medida que atende as reivindicações apresentadas pelas organizações reunidas em Brasília para a Marcha das Margaridas.

Aumenta o número de trabalhadoras rurais sob ameaça na Amazônia, alerta coordenadora da Marcha
A coordenadora da Marcha das Margaridas, Carmem Foro, disse em entrevista ao programa Revista Brasil, da Rádio Nacional, que nos últimos dez anos aumentou o número de trabalhadoras rurais ameaçadas de morte na região da Amazônia devido aos conflitos agrários. “Em 2001, eram 7% das trabalhadoras rurais da região amazônica na lista dos marcados para morrer. Hoje, são mais de 20%”, disse Carmen Foro.

A luta pela terra e pelos recursos naturais motivam a violência contra a trabalhadora rural na região. As trabalhadoras rurais também querem discutir os grandes projetos de infraestrutura, como a construção de hidrelétricas. “Queremos dialogar com o governo critérios sociais, ambientais e econômicos para esses projetos. Se, por um lado, eles [projetos] trazem desenvolvimento econômico para a região, por outro, todos sabem as mazelas que causam. Com eles vêm o trabalho indecente, a prostituição infantil e a precarização das condições sociais das cidades que recebem esses projetos”, afirmou Carmem.

Marcha das Margaridas pede na Câmara fim do trabalho escravo (Agência Câmara – 16/08/2011)
“O movimento das trabalhadoras rurais reivindicou a aprovação de propostas como a PEC 438/01, que prevê medidas de combate ao trabalho escravo, e a PEC 30/07, que estabelece a concessão obrigatória de licença-maternidade de 180 dias a todas as operárias.”

Assista aos vídeos:

Dilma Rousseff participa da Marcha das Margaridas, em Brasília (Jornal Nacional – 17/08/2011)
Com chapéu de Margarida, Dilma anuncia reforço para mulheres do campo (Jornal da Record – 17/08/2011)

Marcha das Margaridas reúne milhares em Brasília (iG – 17/08/2011)
Galeria de imagens da chegada das caravanas de trabalhadoras em: DF: 4ª Marcha das Margaridas pretende reunir mais de 100 mil (Portal Terra – 16/08/2011)
Fotos da sessão plenária em homenagem à Marcha das Margaridas, na Câmara dos Deputados (Agência Brasil – 16/08/2011)

Leia também:
“Trazem na matula 2011 Razões para Marchar por Desenvolvimento Sustentável com Justiça, Autonomia, Igualdade e Liberdade. Bandeiras da Marcha das Margaridas, que pretende reunir 100 mil agricultoras e outras trabalhadoras que tais ou solidárias na Esplanada dos Ministérios, na quarta, 17. Antes, participam de oficinas e palestras, trocam experiências de fazeres e saberes, assistem a espetáculos, recebem homenagens no Congresso Nacional. Estratégia para “conquistar visibilidade, reconhecimento social e político e cidadania plena” para as mulheres do campo e da floresta.” – Marcha das Margaridas: esperança e determinação, por Sulamita Oliveira (Ciranda – 16/08/2011)

Dilma vive momentos de Margarida (O Globo – 18/08/2011)
Dilma se confunde e cita nome de demitidos durante discurso (Folha de S.Paulo – 18/08/2011)
Com chapéu de ‘margaridas’, Dilma promete melhorias no campo (Terra – 17/08/2011)
Em ato falho, Dilma chama governador do DF de ‘Agnelo Rossi’ (G1 – 17/08/2011)
Marcha das Margaridas supera invisibilidade das mulheres do campo (Rede Brasil Atual – 16/08/2011)
Marcha das Margaridas espera reunir 100 mil trabalhadoras rurais em Brasília (Jornal do Brasil -15/08/2011)
Marcha das Margaridas espera reunir 100 mil trabalhadoras rurais em Brasília (Agência Brasil – 15/08/2011)

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